domingo, 19 de abril de 2020

AS FALSAS RELIGIÕES, A FILOSOFIA PÓS-MODERNA E A TEOLOGIA LIBERAL - SEUS ATAQUES AO VERDADEIRO CRISTIANISMO

POR LEONARDO MELO.

INTRODUÇÃO

Desde a antiguidade que há uma luta descomunal entre o adversário e Deus. O nosso inimigo-mor luta desafiadamente usando os reinos humanos e influenciando espiritualmente  os homens  afim de desmerecer, desvalorizar ou desacreditar a Palavra de Deus e seu Reino. Tudo começou no Éden, Gn. 3.1 “[...] É ASSIM QUE DEUS DISSE [...]”. E desde então, Satanás não parou mais de por em dúvida a Palavra de Deus. Essa ação nefasta e diabólica demandada por ele, o  diabo tem influenciado a humanidade ao longo da sua existência na terra. Reinos, civilizações, impérios, países, sistemas educacionais, formas de governos, ideologias política-partidária, Religião e a economia, tudo está sob a influência do engano e da mentira, já que o mundo jaz no maligno, “Sabemos que somos de Deus e que o mundo está no maligno, cf. I João 5..19;  ainda Lucas 10.18; II Tessalonicenses 2.7 “ Porque já  o mistério da injustiça opera, somente há um que agora resiste [...]”, ss.

Como essa influência maligna contaminou também  a religião, surgindo assim os falsos sistemas religiosos que começaram a tomar forma com Ninrode e Semíramis, conhecida como “A Rainha dos Céus”,  a partir da Babilônia. Porém, Deus que sonda os corações e viu qual era o propósito último de Ninrode com a construção da Torre de Babel, decidiu separar todos os homens pela terra, e estes fundaram as nações. Contudo,   após Deus dissolver seus projetos da construção da Torre de Babel, estes   levaram consigo a influência de Ninrode com a prestação do falso culto á  Deus. E, assim surgiram os grandes sistemas religiosos, as falsas religiões, os vários cultos aos demônios, as religiões de mistérios e dessa maneira o homem ficou mais corrompido religiosamente, vivendo uma vida de depravação e total alienação de DEUS, isto é, o homem tornou-se autônomo e passa a avocar para sí a adoração, divinizou-se. E, nessa divinização, tentaram matar a Deus e sua Lei Moral, e nessa tentativa, o homem relativizou a vida humana e a Teologia, tornando-a liberal.

EXCERTO

Sendo o homem um ser espiritual,  tricotômico, logo ele é impulsionado a adorar á Deus, ele tem esse ímpeto naturalmente, conforme sua formação original, Gênesis 2.7  “[...]soprou o Senhor Deus em suas narinas o fôlego de vida [...]” . percebe-se com este ato de Deus, que o homem é o único ser vivo que tem a capacidade de adorar  e cultuar á Deus. Então, nosso inimigo vai trabalhar justamente para influenciar o homem para que este não preste o verdadeiro culto devido ao seu Criador. E, desde então ao longo dos séculos, vem surgindo as falsas religiões, o falso cristianismo, os falsos adoradores. Contudo, é no período da Nova Aliança estabelecida por Yeshua, o Masiah, após a sua morte e ressurreição onde sua Igreja é fundada, que começam a surgirem as falsas religiões, as seitas religiosas e os falsos movimentos proféticos religiosos. Atualmente, também algumas denominações denominadas Neo-Pentecostais tem feito parte dessa estatística de praticarem um falso Cristianismo, usando de proselitismo e das doutrinas da Teologia da Prosperidade. Influenciado pelo pastor americano Benny Hin, muitas denominações ditas evangélicas aqui no Brasil tem copiado seu estilo de conduzir dogmaticamente seu público e estilo de pregação, praticando um culto estranho.

Não obstante, as falsas religiões e sistemas religiosos ter crescido de maneira descomunal, gerando mais apostasia, na realidade há várias influências no meio social a atingir o Cristianismo e a verdadeira religião, principalmente a Filosofia, com seu racionalismo, existencialismo, pós-modernismo, dentre outras correntes filosóficas e a Teologia Liberal. Esses sistemas filosófico-religioso tem contribuído negativamente para desacreditar a Deus  e a Pessoa de Jesus Cristo. É oportuno citar Normam l. Geisler e a sua posição quanto a desconstrução teológica influenciada pelo Pós-Modernismo, que teve como precursor F. Nietzscher no movimento “A morte de Deus, que ele gerou”: todo movimento pós-moderno pode ser colocado nesse contexto. Nietzscher escreveu “Deus está morto, permanece morto. Como nós, os maiores de todos os assassinos, poderemos nos consolar”? mas, uma vez que eles declararam que Deus está morto, então o resto do pós-modernismo é o resultado lógico. Pois, se não há nenhum  Legislador Moral absoluto não pode haver Lei Moral absoluta(Subjetivismo). De igual  modo, se não há Mente absoluta, então não pode haver significado absoluto(Convencionalismo) ou verdade absoluta(Relativismo). Continua Geisler” além disso, se não há significado objetivo, então não pode haver interpretação objetiva de um texto. Destarte, o desconstrucionismo continua. Então a morte de Deus leva a morte de todas as outras áreas do pensamento e da vida. Como podemos ver:

1. Morte de Deus – Ateísmo;

2. Morte da Verdade objetiva – Relativismo;

3. Morte da verdade exclusiva – Pluralismo;

4. Morte do significado  objetivo – Convencionalismo;

5. Morte do pensamento(lógica) – Anti-Fundacionismo;

6. Morte da interpretação objetiva – Desconstrucionismo;

7. Morte dos valores objetivos – Subjetivismo.

O Pós-Modernismo na Teologia tem sido chamado de pós-protestantismo, pós-ortodoxo, pós-denominacional, pós-doutrinário, pós-individual, pós-fundacional, pós-credo, pós-absoluto. O fato é que “pós”, nesses termos e tempos significa “anti”, uma vez que o pós-modernismo é contrário a tudo que foi listado anteriormente. GEISLER, citado por  (SANTANA. 2012. pg. 123-125). Alguns teólogos pós-moderno: Brian McLaren, Stanley Grenz, Rob Bell, Doug Pagitt, dentre outros.

É razoável citar (CAIRNS. 2008. Pg. 25 e 544) quando afirma que: “as forças destrutivas do Racionalismo e do Evolucionismo levaram a uma ruptura com a Bíblia que se manifestou no liberalismo religioso, assim como, a neo-ortodoxia, o evangelicalismo e as seitas parecem terem surgido para satisfazer  a necessidade de uma mensagem religiosa dotada de autoridade. Em certa medida, esses movimentos são tentativas de preencher o vazio espiritual criado pela bancarrota teológica do liberalismo, com sua mensagem superficial de uma vaga paternidade de Deus e igualmente vaga a fraternidade do homem. O liberalismo ensinou a moralidade, mas negou  a dinâmica religiosa da cruz, a única coisa que pode motivar uma vida para que se conforme á ética cristã”. Na realidade, a Teologia liberal desispiritualizou a Palavra de Deus, arrancou sua própria vida.
Segundo, (R. OLSON. 2009. Pg. 547, 553-554) os teólogos da Teologia liberal  criaram dois dogmas básicos desse novo e moderno tipo de teologia:

1. A necessidade de reconstruir o pensamento tradicional cristão á luz da cultura, filosofia,  e ciência moderna;

2. A necessidade de se descobrir  a verdadeira essência do Cristianismo, , destituído de dogmas tradicionais que não eram mais relevantes , nem possíveis de serem cridos á luz  do pensamento moderno. E o pior é que para alguns acadêmicos da época(1901) a teologia liberal parecia ser a tendência inevitável do futuro. Ela deixaria no esquecimento as centenas de séculos de ortodoxia seca e empoeirada, e de tradicionalismo autoritário.

A teologia liberal e o liberalismo religioso é pernicioso para o Evangelho de Cristo, porque essa visão liberalista do Evangelho tem a tendência de se ajustar á cultura moderna. O movimento desses teólogos defensores do liberalismo cristão nada mais era do  que uma tentativa de transformar o pensamento cristão ortodoxo á luz de um novo contexto cultural contemporâneo, ou seja, os teólogos desse movimento acreditavam que se o Cristianismo não se adequasse  a cultura moderna, deixaria de ser religião popular  com atrativos  e influência universais. Os teólogos liberais acreditavam que , se não ajustasse o Cristianismo a nova situação moderna,  ele se tornaria superstição e espiritualidade esotérica para uns poucos indivíduos  atrasados e incultos, semelhante a astrologia. Porém, o Evangelho como ele nos é apresentado é o poder de Deus para todos os que crêem. Não há como dissociar a Palavra Viva, que é a Bíblia Sagrada da sua força, do dunamis que ela apresenta, por isso ela gera vida. De acordo com (MATOS. 2008. pg. 214) “O objetivo dessa nova teologia não era simplesmente negar certas crenças, mas transformar  o pensamento cristão, á luz da filosofia, da ciência e da erudição Bíblica moderna. Para esses teólogos a própria sobrevivência do Cristianismo estava como religião atraente para as novas gerações estava em jogo” Observem que os teólogos liberais tem uma visão totalmente distorcida acerca do Evangelho e seu poder.

A igreja de Cristo já é sábia o suficiente para lidar com as diversas correntes, sejam elas filosóficas, religiosas, movimentos apóstatas ou mesmo heréticos que venham a surgir  ao longo dos séculos afim de enganar a fé dos incautos e simples. O Espírito Santo que está na Igreja, Ele faz os crentes piedosos discernir onde está a operação do erro e as doutrinas heréticas que estão sendo disseminadas. Não temos um Cristianismo mais vigoroso, porque ao longo do tempo muitos aproveitadores  tem usado de engano e mentindo pregam toda sorte de heresias. Porém, nosso Senhor Jesus tem iluminado seu povo e tem feito eles discernirem onde está a verdade, e para aqueles que querem realmente conhecer a verdade, o Espírito de Deus descortina para ele o caminho verdadeiro para que o homem chegue na presença de Deus. Conforme, (GEISLER.  2017. PG. 831) “Só Deus é existência(qualidade de EU SOU), tudo o mais apenas tem existência. A essência de Deus é idêntica  a sua existência. É de sua existência existir. E Deus também não pode mudar, já que não tem potencialidade  para ser algo além do que É”. Por isso que sua Palavra tem vida e subsisti pelos séculos, ainda que sofra ataques, nunca deixará sua essência inspiradora e divina.

CONCLUSÃO

A despeito dos ataques sofridos pela Igreja através dos movimentos heréticos surgidos ao longo dos séculos, assim como o constante crescimento da apostasia no meio evangélico, as falsas teologias, os falsos doutores e mestres, que vem surgindo, as filosofias vãs, nada disso é surpresa para a verdadeira Igreja do Senhor Jesus Cristo. Enfim, A igreja sempre teve que lutar contra essas forças que agiam externamente como contar as forças que agiam internamente. Porém, há um detalhe decisivo, preponderante, nunca hão de fazer sucumbir a Igreja de Cristo. Foi o próprio Senhor Jesus que declarou ”Pois  também  Eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela”, cf. Mt. 16.18. também o apóstolo Paulo declarou que havia a necessidade de heresias surgirem no cenário cristão para separar os verdadeiros cristãos e os que usam de mentiras e enganos apareçam e sejam descobertos os falsos cristãos e falsos mestres, cf. I Co. 11.19,  “e  até importa que haja entre vós heresias, para que os que são sinceros se manifestem entre vós”. O apóstolo afirma ainda que “Porque nada podemos contra a verdade, senão pela verdade”, cf. II Co. 13.8.
Enfim, é necessário a presença muitas vezes indesejável de enganadores e mentirosos no meio cristão, nas várias denominações, para que o verdadeiro Evangelho de Cristo ilumine e coloque á luz as mentiras e as falácias pregadas por esses cordeiros , mas que são verdadeiros lobos e usurpadores do Evangelho. A Bíblia como Livro profético e escatológico já traz a lembrança da Igreja o surgimento de falsas doutrinas, falsas igrejas, falsos mestres e falsos pastores, cf. Jr. 5.31, 14.14; Mt. 7.15; 24.11; Mc. 13.22;  I Tm. 4.1-2; II Pe. 2.1-3; Jd. 4-5, ss. Deus cuida do seu povo e em nenhuma circunstância aqueles que servem a Deus piedosamente serão enganados. Estamos vivendo o princípio de dores, que é um sinal claro da eminente volta de Jesus para buscar seu povo, então é necessário estarmos vigilantes e atentos aos ensinos que tem permeado o meio evangélico , principalmente através das redes sociais. Amém.

FONTE

1. GEISLER, Norman. Enciclopédia de Apologética – respostas aos críticos da fé cristã. Trad. Lailah de Noronha.  S. Paulo. 2017. Editora Vida. 932 pg.

2. MATOS, Aderi de Souza. Fundamentos de Teologia Histórica. S. Paulo. 2008. Mundo Cristão. 306 pg.

3. OLSON, Roger. História da Teologia Cristã. Trad. Gordon Chown. S. Paulo. 2009. Editora Vida. 668 pg.

4. SANTANA, Uziel. Apostasia, Nova Ordem Mundial e Governança Global – Uma compreensão crista dos fins dos tempos. Campina Grande/Paraiba. 2012. Vida Crista Cristocêntrica. 203 pg.

5. CAIRNS, Earle E. O Cristianismo através dos séculos. – Uma História da Igreja Cristã. Trad. Israel B. da Silva & Valdemar Kroker.   S. Paulo. 2009. Editora Vida Nova. 671 pg.

SINAIS QUE ANTECEDEM A VOLTA DE CRISTO

“E surgirão muitos falsos profetas e enganarão a muitos. E, por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos se esfriará. M as aquele que perseverar até ao fim será salvo” (Mt 24.11-13).

Tomando por base o que a Bíblia diz sobre o fim dos tempos, em relação à Igreja do Senhor Jesus, veremos que o próximo grande acontecimento será o Arrebatamento da Igreja. Parece algo fantástico, inacreditável para a maioria das pessoas, no mundo sem Deus, mas, seguramente, se cumprirá, pois Jesus assegurou que passará os céus e a terra, mas suas palavras não hão de passar (Mt 24.35). O Sermão Profético de Jesus, proferido diante dos discípulos, começou em resposta a uma indagação deles, quando o convidaram para olhar para a arquitetura do Templo em Jerusalém: “E, quando Jesus ia saindo do templo, aproximaram-se dele os seus discípulos para lhe mostrarem a estrutura do templo. Jesus, porém, lhes disse: Não vedes tudo isto? Em verdade vos digo que não ficará aqui pedra sobre pedra que não seja derribada” (Mt 24.1,2).

Eles ficaram calados, pensativos, durante todo o percurso entre o Templo e um momento de descanso, sob as árvores, no monte das Oliveiras, que fica bem próximo.  Mas, após se acomodarem naquele lugar, que lhes era bem familiar, certamente comentando a resposta profética de Jesus, resolveram interrogá-lo sobre a questão da destruição do Templo: “E, estando assentado no monte das Oliveiras, chegaram-se a ele os seus discípulos, em particular, dizendo: Dize-nos quando serão essas coisas e que sinal haverá da tua vinda e do fim do mundo?” (Mt 24.3). Eles estavam conscientes de que Jesus haveria de se ausentar por um período não revelado de tempo, para voltar aos céus, mas voltaria para reinar com seu povo na terra.

E queriam saber do Mestre sobre os sinais da sua segunda vinda, bem como dos acontecimentos que marcariam “o fim do mundo”. Sem dúvida, a mente dos discípulos estava cheia de inquietações, de perguntas, dúvidas e incertezas quanto ao futuro da humanidade, do mundo e deles próprios. Ante a questão levantada por eles, Jesus começou a proferir um dos mais impressionantes sermões de seu ministério, denominado Sermão Profético. Neste, Jesus discorreu sobre cinco grupos de sinais referentes ao “fim dos tempos” ou do fim do mundo.

O primeiro conjunto de sinais profetizados por Jesus refere-se ao prenúncio do fim, quando eventos escatológicos hão de acontecer, sem, no entanto, ser “o fim”, propriamente dito. No segundo grupo de sinais, há diversos alertas ou advertências para seus próprios seguidores, que abrangeria a Igreja, no sentido universal, como a Noiva do Cordeiro. Ele fala sobre os “falsos cristos”, enganadores, e sobre muitos que serão enganados; chama a atenção para a ocorrência de guerras e “rumores de guerras”, que acontecerão nos dias precedentes á sua volta para arrebatar a Igreja. E, nesse ponto, logo adverte: “Mas todas essas coisas são o princípio das dores” (Mt 24.8). Essa expressão, “princípio das dores”, é uma alusão a uma mulher grávida, que sente as primeiras dores, indicando que dentro de poucas horas terá o seu filho. Elas começam mais espaçadas, de meia em meia hora; e vão-se estreitando, de minutos em minutos, até chegar a dar à luz a criança.

Jesus alerta os seus discípulos de que muitos deles seriam entregues às autoridades para serem castigados e até mortos por causa de sua fé em Cristo. E, por causa disso, certamente, muitos se escandalizariam, e dariam lugar à iniquidade e à falta de amor, que é uma das características mais marcantes dos tempos do fim. Jesus advertiu, também, quanto aos falsos profetas, e lhes prenunciou um aspecto altamente alvissareiro dos tempos que antecedam a sua vinda: a pregação do evangelho em todo o mundo, como condição para a consumação do fim.

Na fala de Jesus, num segundo bloco de informações, ante os olhares atentos dos discípulos para sua resposta, Jesus descreve, resumidamente, como será a Grande Tribulação. Chama a atenção, nos versículos 15 a 20 do capítulo 24 de Mateus para a situação vexatória que sobrevirá sobre o povo de Israel, desde “a abominação da desolação, de que falou o profeta Daniel”, passando pelas aflições dos que estiverem nos montes, e das grávidas que houver naquele tempo de angústia. E sublinha, em sua fala, algo que deve ter estarrecido os discípulos; “porque haverá, então, grande aflição, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem tampouco haverá jamais. E, se aqueles dias não fossem abreviados, nenhuma carne se salvaria; mas, por causa dos escolhidos, serão abreviados aqueles dias” (Mt 24.21,22). E adverte mais uma vez para os falsos cristos e falsos profetas que haverão de surgir. E lembra que sua vinda será “como o relâmpago sai do oriente e se mostra até ao ocidente” (Mt 24.27).

Num terceiro bloco de predições, Jesus falou aos discípulos sobre a sua vinda em glória, quando o sistema sideral será abalado, e “aparecerá no céu o sinal do Filho do Homem; e todas as tribos da terra se lamentarão e verão o Filho do Homem vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória, precedido de seus anjos” (Mt 24.30) que “ajuntarão os seus escolhidos desde os quatro ventos, de uma à outra extremidade dos céus” (Mt 24.31).

Jesus aguçou a mente dos discípulos ainda mais quanto à brevidade de sua Segunda Vinda quando declarou: “Em verdade vos digo que não passará esta geração sem que todas essas coisas aconteçam. 0 céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não hão de passar” (Mt 24.34,35). Eles devem ter-se indagado: “esta geração”?

Será que o Senhor Jesus vai para o céu e voltará, alcançando nossa geração? Nos dois últimos blocos do seu Sermão, Jesus falou aos discípulos sobre a necessidade de vigilância constante, dizendo: “Porém daquele Dia e hora ninguém sabe, nem os anjos dos céus, nem o Filho, mas unicamente meu Pai” (Mt 24.36).  Acrescentando que Ele virá numa hora em que o mundo estará em pleno desenvolvimento de suas atividades normais, como comer, beber, casar, e de atividades profissionais. E conclui essa parte do Sermão, dizendo que haverá dois tipos de servos: os fiéis e os negligentes. Os fiéis serão galardoados e os infiéis serão condenados pelo Senhor.

Extraído do livro O final de Todas as Coisas: “Esperança e Glória para os Salvos”. – Elinaldo Renovato.

Por Nivaldo Gomes.

A escravidão no período do Antigo Testamento

A escravidão foi uma triste realidade que ocorreu no mundo “civilizado”, até onde se sabe, abrangeu continentes como: Europa, Ásia, África e as Américas. O que se via eram homens que, em sua grande maioria, eram tratados como objetos, sem qualquer possibilidade de escolha, relegados à pura sorte e corriqueiramente espancados pelos seus senhores, como forma de punição exemplar, para os demais escravos ou por puro prazer de seus donos. De acordo com Hunt (2016) que traz um trecho da autobiografia de um escravo fugitivo, chamado Frederick Douglas, onde ele conta a brutalidade de seu dono, para com seus escravos: “Ele era um homem cruel, endurecido por uma longa vida como proprietário de escravos. Ele às vezes parecia ter grande prazer em chicotear um escravo. Eu acordava com freqüência ao amanhecer com os gritos comoventes de minha própria tia, a quem ele costumava amarrar ao poste e chicotear suas costas nuas até ela estar literalmente coberta de sangue. Nem palavras, nem lágrimas ou orações de sua vitima ensangüentada parecia mover seu coração de ferro”. Esta triste situação era a realidade de muitos escravos, na trajetória da escravidão, em todos os tempos. 
Inclusive no período do Antigo Testamento, as nações vizinhas de Israel aderiam à escravidão, embora houvessem algumas leis quanto a forma que o escravo deveria ser tratado, em sua grande parte tais leis não davam qualquer amparo ao escravo, antes protegia seu senhor, que poderia inclusive decepar seus membros, em punição a sua desobediência, como por exemplo o código de Hamurabi, que permitia que os senhores cortassem as orelhas de um escravo em caso de desobediência. Estas práticas eram comum ás nações que rodeavam o território de Israel.
Sabendo dessa prática abominável, Deus fez questão de estabelecer leis e estatutos para coibir que tais atrocidades fossem cometidas pelo seu povo, que tinha em seus vizinhos péssimos modelos á serem seguidos. As leis que tratam da escravidão nas Escrituras, diferem completamente do contexto social das demais nações do Antigo Oriente, que tratavam os escravos sem qualquer apreço, já no território dos Israelitas havia a valorização á dignidade do homem, algo impensável nas demais nações.
O conceito de escravidão que temos secularmente, em nada se assemelha ao estabelecido por Deus para seu povo, na realidade o que ocorria  era uma espécie de serviço contratado, que funcionava da seguinte maneira: certo individuo estava endividado e como não tinha recursos para pagar, ele voluntariamente se tornava um servo, a quem muitos interpretam como escravos, que ficaria responsável por realizar algumas determinações de seu senhor, como cuidar das ovelhas, cozinha, ser o mordomo da casa, entre outras funções. Vemos esta realidade no episódio em que Jacó trabalha voluntariamente para Labão, a fim de casar-se com sua filha (Gn 29.29). De modo que trabalhou por sete anos para finalmente alcançar o premio. Neste ínterim, Jacó tinha casa e comida, ou seja, o serviço contratado em Israel, servia para amparar o necessitado, de modo que não passasse privações ou mesmo fome.  Tais atribuições são extremamente opostas as condições desumanas que[as demais nações tratavam seus empregados.

O cuidado com os desfavorecidos

Alguns textos servem para amparar aqueles que se encontram numa situação financeira critica que por este motivo apelam para o serviço voluntário, a fim de quitar suas dividas e não sucumbir de fome. Em Levítico 25.47: “E teu irmão, que está com ele empobrecer, e vender-se ao estrangeiro ou peregrino que está contigo”. Este ato voluntário de se vender servia para proteger o individuo e sua família, que poderia sofrer represálias, devido a divida do chefe de família que não poderia pagar, ou seja, a servidão não era algo imposto, mas por livre escolha o individuo se tornava servo de outrem. Logo, podemos ver que uma das ramificações do trabalho considerado, por muitos, como escravo em Israel, estava distante da horrenda realidade das demais nações circunvizinhas. 
Outro ponto muito importante nesta prestação de serviço era que após o pagamento da dívida o servo estava livre de seu vinculo com seu senhor, passando agora a desfrutar normalmente de sua vida, podendo buscar seus próprios meios para manter-se. Isto graças ao cuidado de Deus com os desfavorecidos, que mesmo quando eram servos, tinham sua dignidade preservada, onde jamais o senhor poderia maltratar seu servo, conforme Levítico 25.53: “Mas enquanto estiver vendido ao estrangeiro, deverá ser tratado como um trabalhador contratado anualmente; não deixem que o proprietário o trate com impiedade”. Algo fora de cogitação nas demais nações, onde os senhores tinham domínios sobre os escravos em todas as fases de sua vida.
Havia um contraste muitos grande entre as formas de tratamento entre os Israelitas e as demais nações, no tocante aos servos/escravos. Enquanto as nações procediam com os escravos como propriedade, possuindo domínio total e absoluto, destituindo-o por completo de sua identidade, isso abrange: sua raça, família e sociedade, do lado do povo escolhido por Deus a metodologia era o oposto. Sobre as leis de servidão em Israel, podemos afirmar que: “As leis de servidão que vigoravam em Israel estavam preocupadas em controlar ou regular – não idealizar – um acordo de trabalho inferior. A servidão em Israel foi induzida pela pobreza, se entrava voluntariamente e estava longe de ser ideal. O objetivo dessas leis era combater abusos potenciais, não institucionalizar a servidão” (HUNT, 2016, p.144). Sendo assim, estas leis tinham por objetivo proteger aos que necessitavam aderir a esta modalidade, que entravam em vigência, por um período de tempo. O desejo de Deus era de que não houvesse pobres em Israel, por essa razão, instituiu leis que permitiam a servidão para amparar os pobres da nação.
No Antigo Testamento é possível perceber que os servos eram tratados como seres humanos que possuíam direitos garantidos em lei, por outro lado, as nações do Antigo Oriente não possuíam esta visão, dessa forma os escravos eram marcados e tatuados, contra sua própria vontade, uma violação total aos direitos e a dignidade, algo restritamente proibido por Deus.
Portanto vimos que os serviços realizados em Israel, durante o Antigo Testamento, em nada se assemelham com as atrocidades cometidas pelas nações que cercavam os limites dos descendentes de Abraão, pois as leis hebraicas foram estabelecidas por Deus, que tinha como propósito amparar e cuidar dos pobres e necessitados, uma vez que a servidão em Israel preservava os direitos e, sobretudo a honra dos servos que aderiam a esta categoria de serviço.

Por Edson Moraes.