Brian Auten especula: vamos imaginar que Deus não existe. Talvez tudo tenha passado a existir do nada e por nenhuma razão real. Os processos do material que se uniram para formar padrões ao acaso em colisão infindável de átomos e partículas. Após certo tempo, algum material e energia formaram moléculas autorreplicativas. Por algo que não pode nem mesmo ser chamado sorte, o que nós chamamos vida veio à existência no fim de um processo de acaso materialista [onde a matéria antes de formar qualquer coisa formou a si mesma]. Seres pensantes, conscientes, autorreflexivos, levantaram-se para contemplar, comunicar e povoar. A chamada moralidade, sociedade e humanidade passaram a existir. Esse é um universo ateísta. Sem intenção, sem propósito, sem direção, sem design. Ele passou a existir em um flash de espaço-tempo e eventualmente queimará em um frio “nada” – sem ninguém assistindo, cuidando ou consciente. Tudo o que foi é ou será apenas uma construção sem sentido. Sem Deus, a morte é meramente um rearranjo dos átomos; a perda de um certo tipo de organização molecular. O que quer que estava acontecendo em uma série de neurônios simplesmente cessou. Não haverá memória. Nenhuma consequência, nenhuma recompensa, nenhum lamento. Aquele que está vivo neste momento pode parar e refletir: Por que eu estou vivo agora? Por que eu ainda não estou morto?
Entretanto, em primeiro lugar, não é certo que Deus não existe. Segundo, a evidência em primeira mão que encontramos no mundo está contra o naturalismo (a visão que o mundo físico, natural, de matéria e energia é tudo o que existe). Não sendo capaz de provar que a matéria é tudo o que existe, o naturalista também tem o peso de incontáveis experiências pessoais contra ele. Considere a experiência espiritual de milhões que disseram ter encontrado algo transcendente. Independentemente do que a religião atribua a isso, essas experiências numerosas agora e por toda a história do “eu encontrei algo” contra a declaração de que “não há nada a ser encontrado”. Mesmo se somente uma dos milhões de experiências for verdade e o resto forem ilusões, isso mostra que o naturalismo é falso. Então, parece que a evidência primária a favor do naturalismo é fraca, enquanto a evidência a favor de algum tipo de sobrenatural é forte.
Terceiro, existem boas razões e argumentos a favor do teísmo em geral e do Cristianismo especificamente. Não são provas indisputáveis que mostram que o teísmo ou o Cristianismo é certo, claro, [senão não existiria espaço para a fé]. Em vez disso, o peso da evidência global a favor do teísmo cristão em termos de argumentos e razões filosóficas, históricas, científicas e experienciais é substancial. Claro, existem muitas cosmovisões. Mas a sabedoria sugere que iniciemos com a melhor opção viva. O que qualifica uma opção viva? Embora muitos critérios possam ser oferecidos, parece racional iniciar com pelo menos duas: 1) aquelas que afirmam ter um grande impacto na existência de alguém, tanto aqui quanto na eternidade; e 2) aquela que tem um maior apoio evidencial com a menor chance de refutação. O Cristianismo encaixa-se nesses critérios, como John Bloom sugere:
Devido a termos um espaço de tempo limitado nesta vida para estudar as religiões, podemos dispensar aquelas que oferecem uma segunda chance no pós vida ou que reencarnaremos se cometermos erros nesta vida, ou aquelas que prometem que tudo estará bem e que eventualmente não importa como vivemos agora. A prudência diz que devemos primeiro considerar as declarações daquelas religiões que dizem que tudo depende das decisões feitas e vividas nesta vida.
E se o ateísmo for verdadeiro? Quais são as implicações para a vida? Não existe nenhuma vida após a morte. Todas as ilusões de significado são somente aqui, neste momento. Não existe nenhuma responsabilidade última. No ateísmo, alguém pode dizer que a morte implica em nada. Uma experiência pessoal da morte significa nenhuma consciência da vida que foi vivida. Para o homem morto, será como se sua existência nunca tivesse acontecido.
E se o teísmo é verdade? Quais são as implicações para a vida? Em uma visão teísta do mundo, esta é a sabedoria: para o maior horizonte temporal possível, o escopo é a eternidade. As ações e escolhas nesta vida são cruciais para que tenham influência na eternidade. Existe uma responsabilidade última. O significado não é ilusão. O significado é objetivamente real. No teísmo, pode ser assumido que a morte é um encontro com Criador e Justo Juiz.
O Cristianismo tem apoio evidencial substancial e promove uma verificação pessoal e existencial (Jo 8.31-32; 2Co 1.22; Gl 4.6, 1Jo 3.24, 1Jo 4.13, Rm 8.14-16). Deve ser notado que essa verificação existencial é chamada de pessoal, porque ela não pode oferecer provas a outros. Entretanto, segundo a Bíblia, se Deus é real, Ele pode ser encontrado por aqueles que o buscam. Então, se o Deus cristão na verdade existe, você se renderia a Ele? O ponto aqui não é que alguém deveria forçar alguém a crer em alguma coisa. O ponto é reconhecer que, se é possível que o Deus cristão exista, então por que não pedir a Ele (que pode existir) a se revelar? Por que não orar: “Deus, eu não sei se o Senhor existe, mas se o Senhor existe, eu quero ser persuadido”. Fazer orações “hipotéticas” parece completamente legítimo quando existe alguma falta de certeza que pode ajudar na descoberta. Portanto, ore comigo caso você esteja nesse estágio:
“Deus, se o Senhor é real, eu quero saber. Eu não me sinto disposto, mas eu quero ter um relacionamento com o Senhor se o Senhor é real. Revele-se a mim se o Senhor está aí e me faça disposto. Mude o meu coração e abra meus olhos.”
Se Deus existe, Ele tanto é capaz de ouvir quanto está pronto a se fazer conhecido àqueles que desejam. O homem sábio busca a Deus. Encerro com o pensamento de um filósofo conhecido:
“Existem apenas três tipos de pessoas: aqueles que encontraram a Deus e o servem; aqueles que estão muito ocupados procurando a Deus e ainda não o encontraram; aqueles que nem o procuram e nem o encontraram. Os primeiros são racionais e felizes, os últimos são insensatos e infelizes, os do meio são infelizes e racionais.” - Blaise Pascal, Pensées (AUTEN, 2010, The Wise Man). Com C.S. Lewis, eu digo: “Eu creio no Cristianismo assim como eu creio que o sol nasceu, não somente porque eu vejo o sol, mas por causa dele eu vejo todas as demais coisas” (GERHARDT, 2010). O Novo Testamento provê uma explicação. Se você não gosta dela, qual é a sua explicação? (HORVATH, 2010).
By Walson Sales.
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