segunda-feira, 30 de março de 2020

Operação tapete mágico


Uma das mais extraordinária operação de imigração dos tempos modernos realizou-se em 1948, foi denominada tapete mágico, e transportou dezenas de milhares de judeus para Israel, todos procedentes do Iêmen, pequeno país situado na extremidade sul da Arábia junto ao mar vermelho, a história desse povo é fascinante, acredita-se que muitos deles tenha migrado para o Iêmen nos dias do rei Salomão, e fontes fidedignas confirmam a continuidade deles naquele país desde os primeiros séculos do cristianismo.

Durante todo esse longo tempo nunca viram Automóvel, um Trem de ferro, um Avião, a luz elétrica ou qualquer invento moderno, toda sua cultura consistia em saber de cór o Antigo Testamento, também haviam copiado a Bíblia à mão de Gênesis a Malaquias da mesma maneira como fazia os escribas dos dias de Jesus, quando cometiam qualquer erro, por menor que fosse, todo manuscrito era inutilizado e a tarefa recomeçada a cópia tinha que ser absolutamente perfeita. enquanto viveram no Iêmen esses israelitas sofreram todo tipo de opressão por estarem sempre sujeitos às mudanças da política local, em algumas épocas a situação desses judeus foi comparada a dos escravos, em 1846 por exemplo: Eles foram obrigados a limpar os esgotos da cidade de Santana enquanto em 1921 um decreto determinava a conversão dos órfãos judeus ao islamismo, como se isso não bastasse não podiam usar roupas finas nem usar meias, era-lhes proibido possuir armas e estudar a Torá fora da sinagoga, era um verdadeiro milagre que conseguissem ganhar a vida como ourives, tecelões, ferreiros, marceneiro e mascates. Nessas condições de pobreza geral e de repetidas humilhações não é de admirar que os movimentos messiânicos florescessem sendo reprimido duramente pelos governantes da época, contudo os pseudos-messias continuaram a entusiasmar a população até o século XIX. Os primeiros imigrantes do Iêmen que chegaram a Israel pareciam seres vindos de outro mundo, em lugar nenhum durante todo exílio do povo judeu as antigas tradições tinham sido preservadas tão fielmente como entre eles, desde que os primeiros núcleos se estabeleceram no Iêmen na época do segundo templo ali viveram virtualmente isolados de qualquer influência cultural externa, imprensados entre os conquistadores otomanos e a população Árabe do Iêmen. Foram excluídos, por lei determinatórias, da sociedade mulçumana dominante, embora perseguidos pelo mundo exterior, dentro da sua comunidade mantinham com toda pureza todos ensinamentos e os hábitos transmitidos de pai para filhos desde os dias em que o sinédrio tinha sua sede em Jerusalém.

Ao tomarem conhecimento da criação do estado de Israel em 1948 os dirigentes Iêmenitas organizaram um grande êxodo da Arábia para Palestina, o primeiro ministro de Israel (David Ben-Gurion) pediu auxílio ao governo Americano o qual enviou Aviões comerciais ao Aeroporto de Adem de onde, controlados pelos ingleses, levaram os judeus Iêmenitas para sua pátria. O único meio possível para chegar ao Porto de Adem era a pé, e assim fizeram, alguns deles caminharam 1500 KM atravessando desertos e montanhas. Em certas ocasiões andavam debaixo de temperaturas escaldantes, noutras sobre temperaturas frigídas muito abaixo de zero.
O governo de Israel enviou pessoal e equipamento para filmar este grande êxodo, ouviam-se as crianças gritar por água, umas tropeçando outras caindo, mas podia ouvir também os Rabi que em tom vibrante estranho dizia: dai mais um passo filhinhos, nós vamos a caminho da pátria para encontrar o Messias, dificilmente eles punha o pé na frente do outro, mas mesmo tropeçando prosseguiram.

Ao chegarem a Adem e verem aquelas enormes aves enviadas pelo governo israelense para transportarem para sua antiga terra, os judeus Iêmenitas se recusaram a entrar nelas, então seus Rabis leram a profecia de Isaías acerca do futuro retorno dos filhos de Israel.       (Quem são estes que vêm voando como nuvens, e como pombas às suas janelas? Is: 60;8.)
Depois de explicarem que Deus os mandaria buscar e levar a pátria em asas de águias os judeus Iêmenitas subiram resolutamente para os aviões sem qualquer receio.

Em 450 vôos a Operação tapete mágico transportou cerca de 70.000 israelitas, e muitos deles ao chegarem em Israel beijaram o solo e perguntaram: onde está o Messias?.

Abraão de Almeida

Compilação: Eziel Ferreira

Três coisas a saber sobre os "vasos da ira"


Primeiro. Eles rejeitaram a misericórdia de Deus em incredulidade. Em Romanos 2: 4, Paulo introduz a metáfora dos vasos da ira. Dirigindo-se a Israel, ele pergunta: "Ou desprezas tu as riquezas da sua benignidade, e paciência e longanimidade, ignorando que a benignidade de Deus te leva ao arrependimento?" Em seguida, ele adverte: "Mas, segundo a tua dureza e teu coração impenitente, entesouras ira para ti no dia da ira e da manifestação do juízo de Deus;". Quando Paulo fala da desobediência deles, parece que o principal objetivo é a recusa de confiar em fé, em vez das obras para a salvação. Eles não buscaram a justiça "Por quê? Porque não foi pela fé, mas como que pelas obras da lei; pois tropeçaram na pedra de tropeço;" (Rm. 9:32). "Está bem; pela sua incredulidade foram quebrados, e tu estás em pé pela fé. Então não te ensoberbeças, mas teme." (Rm. 11:20).

Segundo. A incredulidade deles leva à misericórdia pelos outros. Em Romanos 11, Paulo expande o propósito de Deus ao suportar pacientemente os Israelitas desobedientes, explicando que é para o benefício dos Cristãos crentes. Ele pergunta: “E se Deus, apesar de escolher mostrar sua ira e tornar conhecido seu poder, suportasse com grande paciência os objetos de sua ira - preparados para a destruição? E se ele fizesse isso para tornar as riquezas de sua glória conhecidas pelos objetos de sua misericórdia, a quem preparou antecipadamente para a glória - até nós, a quem também chamou, não apenas dos Judeus, mas também dos Gentios?” Paulo repete essa explicação dois capítulos depois, explicando que os convertidos Gentios "agora obtiveram misericórdia por meio da desobediência [de Israel]" (11:30).

Terceiro. Eles ainda podem ser salvos. Visto que Israel foi cortado por causa da incredulidade, “E também eles, se não permanecerem na incredulidade, serão enxertados; porque poderoso é Deus para os tornar a enxertar”. 11:23.

Fonte:
 Tradução Walson Sales.

domingo, 29 de março de 2020

Discurso Apocalíptico

Os capítulos 24 e 25 do Evangelho de Mateus nos apresentam o maior exemplo de literatura apocalíptica nos Evangelhos. Porém, a sua principal ocorrência no Novo Testamento se dá com o livro do Apocalipse. Aqui, no entanto,  podemos observar brevemente que o discurso apocalíptico tipicamente retrata eventos passados, presentes e especialmente futuros, com roupagem altamente simbólica - não para possibilitar que alguém prediga, com antecipação, quando e como as profecias se cumprirão ( pelo menos, não com detalhes) mas, em vez disso, para encorajar o povo de Deus, em tempos extraordinariamente sombrios, com a lembrança de que Ele continua no controle, e de que está conduzindo a história humana a objetivos definidos, que, no final, irão incluir o resgate e  libertação do seu povo, pelo menos espiritualmente , se não fisicamente.

O  discurso apocalíptico ( ou escatológico) de Jesus , na verdade, se destina a moderar um entusiasmo  pelo "fim dos tempos", que pensa que consegue discernir, com base nos eventos atuais, que estamos vivendo na ultima geração da história humana. Os "sinais" que Jesus fornece  aos seus discípulos são eventos que não deveriam alarmá-los , porque "é mister que tudo isso aconteça, mas ainda não é o fim" ( Mt 24.6)
Embora os interpretes discutam qual parte da mensagem  de Jesus responde à pergunta dos discípulos sobre a destruição do Templo nos seus dias, e qual parte trata da sua pergunta sobre a sua volta (v.3), praticamente todos concordam que o objetivo de Jesus era encorajar o modo de vida devoto e fiel, não importando quão longo ou curto o futuro venha ser ( segundo Mt 24.43; 25.46). Infelizmente, cada século da História da Igreja teve aqueles que deixaram completamente  de perceber esta aplicação central, preferindo em vez disso, especular sobre quando, e em quem, os eventos do fim dos tempos se cumpriram. Até hoje, a totalidade absoluta dessas especulações provaram ser falsas, o que deveria inspirar uma considerável humildade por parte daqueles que estão dispostos a continuar fazendo conjecturas.

Livro: Questões Cruciais do Novo Testamento/ Craig L. Blomberg

Via Fabiana Ribeiro.