sexta-feira, 15 de maio de 2020

O papel das mulheres no Novo Testamento

Intimamente relacionado com a vida comunitária dos primeiros cristãos, rompendo as barreiras entre judeus e gentios é a ênfase colocada, tanto por Jesus como por Paulo em um papel proeminente para as mulheres, pelo menos pelos padrões culturais do seu tempo.
Potencialmente,  um dos fatos mais marcantes foi  o de Jesus ter permitido que um grupo delas o  acompanhasse durante o seu ministério intinerante ( Lc 8.1-3).

Ao permitir que Maria de Betânia "se assentasse aos seus pés" e aprendesse com os seus ensinamentos ( 10.39), Ele a aceitava na qualidade de um  estudante da Torá, precisamente um papel normalmente proibido às mulheres pelo judaísmo ortodoxo do século I. E Ele não apenas permitiu o comportamento de Maria, como o elogiou em contraste com a sua irmã Marta, por estar demasiadamente preocupada com os papéis domésticos convencionais ( vv. 41,42).
Por outro lado, Jesus não chegou a promover  equivocadamente as relações totalmente  igualitárias entre os gêneros, pois escolheu apenas homens para formar o seu grupo de Doze seguidores , chamados Apóstolos.

Paulo , também,  mostra incomum abertura para as mulheres nas igrejas. Frequentemente, ele inclui nomes de mulheres entre seus "cooperadores"( vide , especialmente as saudações em Romanos 16.3-16 e Filipenses 4.2,3). Ele reconhece que todos os dons espirituais que Deus dá são para todos os crentes, exatamente como o Espírito decidir distribuí-los ( 1 Co 12.7-11). Paulo ainda antevê mulheres (missionárias ou fundadoras de igrejas - Romanos 16.7). No entanto, como Jesus, Paulo também traça uma linha limite, e exclui o papel de presbítero para as mulheres, aparentemente a responsabilidade conferida a um presbítero, era o mais alto em nível de autoridade nas igrejas (1 Tm 2.12).


Livro: Questões Cruciais do Novo Testamento/ Craig L.Blomerg.

Via Fabiana Ribeiro.

LÍNGUAS COMO EVIDÊNCIA, GLOSSOLALIA E XENOLALIA

Por Ciro Sanches Zibordi.

Neste artigo, discorro sobre o dom de línguas “estranhas” (adjetivo que não aparece no texto grego do Novo Testamento), que podem ser glossolálicas (estranhas a quem as profere e as ouve) ou xenolálicas (em idiomas conhecidos, mas estranhos a quem os profere). Essa distinção, a rigor, é apenas didática, já que a palavra “glossolalia”, derivada de dois termos gregos (glossa, “língua”; lalia, “fala”), abarca a xenolalia (cujo prefixo gr. xenos denota “estrangeiro”), a qual se refere, especificamente, às línguas (gr. dialektos) mencionadas em Atos 2.6.

De modo geral, a xenolalia está contida na glossolalia, que diz respeito ao “dom de falar em outras línguas, concedido pelo Espírito Santo” (HORTON, p. 791). Há uma afinidade linguística entre Atos 2.4 (gr. heterais glossais, “outras línguas”) e a citação de Isaías 28.11 feita por Paulo (cf. 1 Co 14.22-25), a qual “contém a forma composta heteroglossois, que também significa ‘outras línguas’. A posição mais plausível é de que a glossolalia possa ser compreendida como falar em línguas, mas que as línguas podem ser tanto humanas quanto angelicais/celestiais” (PALMA, p. 68).

Glossolalia, por conseguinte, é um termo técnico para designar todas as finalidades do dom de línguas, a começar pela evidência inicial de que o salvo em Cristo foi batizado no Espírito (At 2.1 4 etc.). Elas também edificam o crente e a congregação revestidos de poder, bem como podem conter mensagens, compreendidas mediante o dom de interpretação (cf. 1 Co 14; Rm 8.26; GILBERTO, p. 62).  No dia de Pentecostes, após a ascensão do Senhor, quase 120 dos seus discípulos falaram, de modo sobrenatural, em línguas “como que de fogo, as quais pousaram sobre cada um deles” (At 2.3). Estas lhes foram dadas, primeiramente, como uma evidência do batismo no Espírito Santo, mas, também, como um dom espiritual, manifesto no próprio dia do derramamento inaugural do poder do alto e posteriormente (At 2.1-13; 8.14-17; 9.17,18; 10.44 46; 19.1-6; cf. 1 Co 12-14).

De acordo com Atos 2.3-8, enquanto os discípulos falavam em línguas (gr. glossa), “correndo aquela voz, ajuntou-se uma multidão e estava confusa”, pois judeus de Jerusalém e da diáspora ouviam mensagens na sua própria língua (gr. dialektos). Pedro, então, explicou à multidão maravilhada e, em parte, zombeteira que os servos de Deus não estavam embriagados às nove da manhã (terceira hora do dia), mas falavam da parte do Espírito em cumprimento da profecia de Joel (vv. 12-21).

A narrativa do historiador e teólogo Lucas revela que as muitas vozes dos discípulos, falando todos ao mesmo tempo, formaram um vozerio incompreensível, à distância, porém inteligível a quem estava próximo deles (cf. At 2.6-8). Milagrosamente, quem se aproximava conseguia ouvir no seu próprio idioma, por meio da ação do Espírito Santo, o que cada servo de Deus falava!

Com mais de uma centena de pessoas falando em línguas ao mesmo tempo, como seria possível indivíduos receberem mensagens, em seus próprios idiomas, de cada crente? “Uma defesa do milagre só como questão da audição da multidão é difícil de ser feita, sobretudo considerando-se que Atos 2 enfatiza as expressões vocais inspiradas pelo Espírito [...]. Além disso, a narrativa das línguas em Atos 10.45,46 não enfatiza o ouvir, mas o falar em línguas” (ARRINGTON, p. 633). Assim, parece ter havido um duplo milagre: na fala dos crentes e na audição dos incrédulos.

O Espírito pode ter condicionado aquela vozearia, fazendo com que ela chegasse inteligível ao ouvido de cada pessoa. Entretanto, depreende-se do texto lucano que os crentes falavam nos dialetos das pessoas do auditório, e o Paráclito fazia com que cada mensagem chegasse aos ouvintes. Mas, qual era o conteúdo dessa xenolalia glossolálica? É claro que os discípulos “não pregavam nas línguas divinamente inspiradas. A pregação foi realizada por Pedro muito brevemente no idioma comumente compreendido, o aramaico. A verbalização deles foi feita para louvar e adorar” (PALMA, p. 69).

Paulo ensina que as línguas são um sinal para os infiéis, contrastando com a profecia, um sinal para os fiéis, haja vista estes saberem que, por meio de desse dom, Deus fala sobrenaturalmente com seus filhos (1 Co 14.22-25). As línguas como sinal levam os pecadores a perguntar: “Que quer isto dizer?”, deixando-os prontos para ouvir a exposição da Palavra, tal como ocorreu no dia de Pentecostes. Por outro lado, se os crentes falarem o tempo todo em línguas, os incrédulos logo acharão que se trata de loucura (cf. At 2.7-13).

Tendo em mente a descrição de Lucas, é importante considerar a seguinte prescrição da Palavra de Deus por meio de Paulo: “quem fala em outra língua não fala a homens, senão a Deus, visto que ninguém o entende, e em espírito fala mistérios. [...] O que fala em outra língua a si mesmo se edifica” (1 Co 14.2-4, ARA). Temos aqui uma dificuldade, se não observarmos o contexto. Afinal, embora a glossolalia seja um dom congregacional para edificação (12.10,30), há casos em que o crente pode se dirigir ao auditório em línguas não xenolálicas, o que, a rigor, difere do ocorrido no dia de Pentecostes (14.27,28).

Por causa dessa aparente contradição, muitos teólogos cessacionistas (para os quais os dons cessaram no primeiro século d.C.) rejeitam a glossolalia. Mas o apóstolo Paulo, considerando que ela é o único dos dons espirituais que edifica seu portador, aconselha: “não proibais falar línguas” (1 Co 14.39). Como saber, então, se estamos falando da parte do Espírito para edificação ou transmitindo uma mensagem? Segundo a própria explicação paulina, conhecemos a natureza das línguas proferidas no culto mediante o dom de interpretação (vv. 5,13,27,28).

John MacArthur, um crítico ferrenho do pentecostalismo, não se limita a dizer que o dom de línguas cessou depois da era apostólica. Segundo ele, Paulo nunca permitiu ou atribuiu ao Espírito a ideia “de que todos os membros da congregação deviam explodir ao mesmo tempo em uma cacofonia desordenada, como ocorre com frequência nas igrejas carismáticas contemporâneas [...]. De fato, uma das acusações mais fortes contra o movimento carismático moderno é a forma desordenada, egoísta e caótica em que se pratica a falsa glossolalia” (MACARTHUR, p. 152).

Embora concordemos que haja muitos abusos promovidos por movimentos pseudopentecostais, esse irmão cessacionista ignora o fato de que a promessa alusiva ao revestimento de poder diz respeito “a tantos quantos Deus, nosso Senhor, chamar” (At 2.39). MacArthur parece desprezar o padrão consistente revelado por Lucas, que narra uma experiência distintiva do batismo no Espírito subsequente à regeneração, evidenciada pela glossolalia (cf. 8.14-17; 10.46; 19.6).

Aliás, os relatos lucanos “não somente revelam esse padrão, mas também ensinam que falar em outras línguas é normativo para a doutrina e prática cristãs” (WYCROFF, p. 449). Não há problema em os membros da congregação falarem em línguas ao mesmo tempo, num momento de glorificação a Deus coletiva, já que todos são edificados, e a igreja, fortalecida na fé dando glória a Deus. Ao desprezar a glossolalia, chamando-a de “cacofonia desordenada”, MacArthur ignora que ela “é um meio de autoedificação espiritual. Junto com o dom de interpretação de línguas, edifica a congregação” (PALMA, p. 91).

Por outro lado, se alguém começar a falar em línguas, isoladamente, enquanto os outros ouvem, só deve insistir nisso caso haja intérprete (1 Co 14.5). Persistir em falar em línguas, isolada e audivelmente, sem que o Espírito Santo dê a interpretação, não tem nenhum proveito (v. 28). É como a trombeta que dá som incerto (vv. 6-18). Daí Paulo preferir “falar na igreja cinco palavras” em sua própria inteligência a proferir “dez mil palavras em língua desconhecida” (v. 19).

No culto genuinamente pentecostal deve haver espaço para louvor (salmo), exposição da Palavra (doutrina) e ministrações do Espírito (1 Co 14.26), tudo “para a edificação da igreja” (v. 12). Por isso, não devem falar em línguas “mais do que dois ou quando muito três, e isto sucessivamente, e haja quem interprete” (v. 27, ARA). Ou seja, mesmo contendo mensagens, a glossolalia não deve ocupar todo o tempo do culto. Nosso Deus, que é um Deus de ordem, fala prioritariamente por meio da sua Palavra (vv. 28-40).


Referências

ARRINGTON, French L. et al. Comentário Bíblico Pentecostal: Novo Testamento. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2003.
GILBERTO, Antonio. Verdades Pentecostais. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2006.
HORTON, Stanley M. et al. Teologia Sistemática: uma perspectiva pentecostal. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1996.
MACARTHUR, John. Fuego Extraño: el peligro de ofender al Espíritu Santo con adoración falsa. 1. ed. Nashville, Tennessee: Thomas Nelson, 2014.
PALMA, Anthony D. O Batismo no Espírito Santo e com Fogo. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2002.
WYCROFF, John W. O Batismo no Espírito Santo. In: HORTON, Stanley M. et al. Teologia Sistemática: uma perspectiva pentecostal. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1996.

Fonte: http://www.cpadnews.com.br/blog/cirozibordi/apolog%C3%83%C2%A9ticacrist%C3%83%C2%A3/233/linguas-como-evidencia-glossolalia-e-xenolalia.html

Via Nivaldo Gomes.

quinta-feira, 14 de maio de 2020

Matias – o décimo terceiro discípulo

O final trágico da história de Judas Iscariotes foi o resultado de uma vida inclinada às más escolhas, pois tendo como mestre o próprio Filho de Deus, o apóstolo  preferiu viver de maneira dúbia, sendo um discípulo de Jesus, desta forma provavelmente realizou milagres em Seu nome, pois lhe fora dada pelo Mestre tal autoridade (Mt 10.8), ainda assim preferiu viver de maneira desonesta, como um ladrão (Jo 12.6), tendo a oportunidade de deixar seu nome marcado na história, de maneira positiva, por haver deixado um legado, mas seu nome tornou-se sinônimo de traidor, um  exemplo na historia a não ser seguido. Assim é correto afirmar que Judas foi vitima de suas próprias escolhas, responsável pelo caminho que voluntariamente trilhou e pelo destino que enfrentará na eternidade.

Agora os doze apóstolos levantados por Jesus estavam em onze, por esta razão havia a necessidade de nomear um substituto, que preencheria a vaga, mas que precisaria possui um requisito, a saber, ter convivido com Jesus durante todo seu ministério (At 1.21,22), esta qualificação obviamente limitaria severamente o universo da escolha. Citando o Dr. Donald Guthrie, na obra “Os Apóstolos”, Barros comenta as circunstâncias que envolveram a decisão de se preencher a lacuna deixada por Judas: “Pedro foi quem suscitou a questão e a maneira como o fez é digna de nota, uma vez que evidencia a perspectiva pela qual os discípulos viam a carreira apostólica. A esse ofício era atribuída tal importância que seu significado não podia ser dissociado nem mesmo de seu número original, estabelecido por Jesus. O fato mais significativo sobre a referência de Lucas quanto ao fim de Judas está no apelo de Pedro às Escrituras, como garantia de que aquele posto deveria ser preenchido. Pedro reconhece que aquilo que as Escrituras dizem é o que fala o Espírito. Ele, então, apela aos Salmos 69 e 109, os quais, embora de autoria atribuída a Davi, são compreendidos como a voz do Espírito. Os dois Salmos certamente não se referem ajudas, mas, uma vez que Davi representa uma alegoria do Messias, seus inimigos são identificados como tipos dos inimigos de Jesus. (...) De tal maneira estavam os apóstolos conscientes da relevância do cumprimento das Escrituras que, mesmo diante de uma eleição para tal ofício, consideravam imperativo apelar para elas, o que por sua vez demonstra a importância que atribuíam ao encargo apostólico.”

Fazendo uso das Escrituras a fim de nomear um substituto para Judas, os discípulos, que nunca haviam nomeado nenhum apóstolo, pois o próprio Jesus que os escolhera, estão agora diante de dois homens que atendiam os requisitos: José Barsabás e Matias. Os apóstolos sabiam que a escolha deveria vir da parte de Deus e não por vontade humana, por essa razão perseveraram na oração, a fim de que Deus, que enxerga o coração (1Sm 16.7) revelasse quem deveria tomar parte no ministério apostólico, sendo Matias o escolhido para tal honraria.
Matias foi o único dos apóstolos que não fora chamado diretamente por Jesus, mas sim levantado pelas mãos dos discípulos, evidentemente sob a direção de Deus. No entanto, após este privilégio seu nome não é mais citado nas páginas do Novo Testamento, dando-nos informações de seu ministério, bem como o campo missionário em que estaria levando o evangelho de Cristo, suas perseguições (todos os discípulos sofreram durante seus ministérios), suas conquistas, não há nenhuma menção de seus feitos, o que somente a eternidade revelará. Todavia, se nas Escrituras não há registros de sua obra, a tradição eclesiástica, por outro lado, traz diversas informações sobre os feitos de Matias, bem como seu martírio, por amor à Palavra de Deus.

Existem lendas medievais antigas que registraram a trajetória apostólica do substituto de Judas, o que permite ao estudante da Bíblia ter a percepção da caminhada gloriosa do décimo terceiro apóstolo. É digno de menção o fato de que muitas dessas lendas causaram algumas confusões, pois a figura de Matias em alguns casos é confundida com a de Natanael. O escritor e teólogo grego, Clemente de Alexandria, menciona que Matias na verdade era  Zaqueu, ex coletor de impostos, que se convertera no encontro com Jesus, conforme o relato de Lucas 19. Evidentemente que esta idéia não tem nenhum apoio Bíblico, logo não deve ser considerado como verdadeira.
Mas há algumas informações que nos ajudam a conhecer a origem de Matias, bem como compreender sua atuação durante o ministério de Jesus. O historiador Eusébio defende a idéia de que Matias estava entre os setenta discípulos enviados por Jesus, conforme Lucas 10.1. Dessa forma, Matias realizou milagres através da autoridade conferida por Jesus, o que o deixara ainda mais desejoso de estar perto do Mestre, nesse período é provável que os doze discípulos o conhecessem, pois ele estava acompanhando Jesus desde o batismo de João Batista. Esta possibilidade se encaixa perfeitamente no critério defendido por Pedro, que aquele que tomaria a vaga de Judas fosse uma testemunha ocular dos feitos e ressurreição de Jesus: "È necessario, pois, que dos varões que conviveram conosco todo o tempo em que o Senhor Jesus andou entre nós, começando desde o batismo de João até o dia em que dentre nós foi levado para cima, um deles se torne testemunha conosco de sua ressurreição" (At 1.21-23).

Portanto é inegável que as evidências nas Escrituras apontam que Matias andava próximo de Jesus e de seus discípulos e que embora muitos tenham abandonado o Mestre após o discurso contundente de Jesus, conforme o relato em João 6:60-69, Matias manteve-se fiel e perseverou em seguir ao Senhor. Na verdade estas experiências serviram de preparação para o momento em foco, o momento em que seria levantado como apóstolo e trilharia por lugares distantes e inóspitos. Seguindo este pensamento, Bruce propõe o perfil do décimo terceiro discípulo: 
"Como um dos primeiros seguidores de Jesus, tornou-se proeminente dentre os setenta. Ele parece ter acompanhado os doze em numerosas ocasiões e pode muito bem ter sido, a princípio, mais um dentre os discípulos de João Batista, assim como João e André. Com razão, foi eleito para ocupar o lugar de Judas imediatamente após a ascensão de Jesus. Portanto, Matias esteve presente em Jerusalém no dia de Pentecostes, participando ativamente dos turbulentos dias de expansão da igreja primitiva. Como judeu, Matias provavelmente deixou Jerusalém para dirigir-se à distante parcela judaica da diáspora" (Apud MCBIRNIE, DEBARROS 2006).
Existe uma história na igreja da Armênia de que Matias juntamente com os apóstolos André, Bartolomeu, Judas Tadeu e Simão Zelote tenham atuado naquela região, assim sendo os responsáveis por estabelecerem os alicerces daquela igreja anos mais tarde. 
Há ainda outras lendas de que Matias tenha se dirigido a região de Damasco, na Síria e outras regiões da Macedônia. Existe uma antiga citação de que após seu regresso destas regiões, Matias tenha sido apedrejado e decapitado em Jerusalém, pelos judeus, entre os anos de 61 e 64 d.C. 

Tradições sobre Matias

Uma curiosidade envolvendo a figura de Matias, é mencionada por um dos país da igreja, chamado Orígenes, que conta que em seu tempo existia um evangelho de Matias, que provavelmente seria mais um dos inúmeros livros apócrifos que se proliferaram no início da igreja primitiva. Alem deste livro, há ainda o livro de Atos de André e Matias, neste encontra-se informações que serviu como fonte informativa sobre o livro Martírio de Matias (Champlin, 2013, p.173).
A igreja Católica Romana celebra seu dia em 24 de Fevereiro e a Igreja Ortodoxa Oriental no dia 9 de Agosto.

Embora tenhamos poucas informações fidedignas acerca do apóstolo Matias, a maioria das informações estão relacionadas à lendas, certamente este anônimo discípulo contribuiu valorosamente para o crescimento do Reino de Deus e expansão do evangelho de Cristo, que embora a história não tenha registrado em documentos, a eternidade revelará.

REFERÊNCIAS

CHAMPLI, R. Norman. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia, Vol.4, São Paulo: Hagnos, 2013.
DEBARROS, Aramis. Doze homens e uma missão, São Paulo: Hagnos, 2006.

Por 
Edson Moraes