quinta-feira, 21 de maio de 2020

O QUE AJUDA CONTRA O MEDO?

“Neste mundo vocês terão aflições...” Foi o que Jesus disse em João 16.33. Impossível descrever de maneira mais clara o sentimento subconsciente que domina alguns de nós.  A crise do coronavírus está mudando radicalmente nossas vidas e nossa sociedade. A cada hora, a mídia traz novas notícias preocupantes.  Sim, ficamos com medo. Como será o futuro?

Jesus disse essas palavras numa conversa com seus amigos, pouco antes de morrer na cruz.  Ele lhes explicou: “Vocês passarão por dificuldades neste mundo... vocês serão pressionados”. E ele estava certo.  Tiago, um deles, foi executado algumas semanas depois.  Pedro, outro deles, foi jogado na prisão.  Os seguidores de Jesus foram perseguidos.  Mas não só isso.  Jesus também previu para o futuro: “Vocês ouvirão falar de guerras e rumores de guerras... É necessário que tais coisas aconteçam... Haverá fomes e terremotos em vários lugares.  Tudo isso será o princípio das dores” (Mateus 24; Lucas 21).

Quando lemos essas palavras de Jesus, podemos ficar com medo. Mas ele não quer isso, pois também disse: “Contudo, tenham ânimo! Eu venci o mundo” (João 16.33). “Não se perturbe o seu coração, nem tenham medo” (João 14.27)!

Ter medo e ao mesmo tempo ter bom ânimo, como pode ser isso?  Bem, podemos aprender algo importante com as crianças pequenas: quando uma criança está ansiosa, busca a proximidade da mãe ou do pai.  A criança procura uma mão para segurar; uma perna em que possa se agarrar; braços que a levantem.  A criança continua olhando ansiosamente ao seu redor, mas o coração vai se acalmando.  Não é diferente com Deus.  Ele conhece exatamente a nossa estrutura e o que precisamos.  Ele também sabe do que temos medo.  Ele diz a você: “Venha para os meus braços.  Venha com seu medo, com seu anseio de abrigo, com suas dores, com sua culpa ou o que quer que seja.  Venha para meus braços.  Você deve saber que te amo”. E quando você vem, é exatamente essa confiança, essa fé, que Deus deseja.

Lidar com medos

Será que aqueles que creem não têm mais medo? Não. É claro que os temores e as preocupações não param diante dos cristãos.  Mas os seguidores de Jesus têm uma estratégia para lidar com seu medo porque creem naquele que triunfou: “O que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé” (1 João 5.4).

Jesus derrotou o mundo.  Os que creem nele também o hão de vencer.  Então os medos e as preocupações não determinam mais os pensamentos, os sentimentos e as ações. A certeza de que Deus tem tudo sob controle acalma.  O medo deixa de ser o que nos move.  A relação com Deus é muito mais importante.  Um conhecido homem de Deus tinha uma definição interessante para a oração.  Ele disse: “Orar significa afastar-se do medo do mundo e ir até o Pai”.  Esta é uma bela imagem: fugir do medo para o Pai celestial.  Nosso olhar determina a direção que seguimos.  Portanto, olhe para Deus, o Pai.  Corra até ele e confie-lhe suas preocupações e seus medos, especialmente no que diz respeito ao coronavírus.

“Assim conhecemos o amor que Deus tem por nós... No amor não há medo; ao contrário o perfeito amor expulsa o medo...” (1 João 4.16,18).

Fonte: https://heukelbach.org/was-hilft-gegen-die-angst/b).

Por Nivaldo Gomes.

A "Mente Superior" de Einstein

Einstein obviamente acreditava em uma fonte transcendental da racionalidade do mundo. Ele a chamava de "mente superior", 
"Espírito superior infinito", "força inteligente superior" e "força misteriosa que move as constelações". Isso fica evidente em várias das suas declarações: nunca encontrei uma expressão melhor do que "religiosa" para definir a confiança racional na natureza da realidade e de sua peculiar acessibilidade à mente humana. 
Onde não há essa confiança, a ciência degenera tornando-se um procedimento sem inspiração. Se os sacerdotes lucram com isso, que o diabo cuide do assunto. não há 
remédio para isso.

Quem quer que tenha passado pela intensa experiência de conhecer avanços bem sucedidos nesta área ( ciência ) é movido por profunda reverência pela racionalidade que se manifesta em existência... A grandeza da razão encarnada em existência.

O certo é que a convicção, semelhante ao sentimento religioso, da racionalidade ou inteligibilidade do mundo, está por trás de todo trabalho científico de uma ordem superior. Essa crença firme em uma mente superior que se revela no mundo da experiência, ligada a profundo sentimento, representa minha concepção de Deus.

Todos os que seriamente se empenham na busca da ciência convencem-se de que as leis da natureza manifestam a existência de um espírito imensamente superior ao do homem, diante do qual nós, com nossos modestos poderes, devemos 
nos sentir humildes.

Minha religiosidade consiste de uma humilde admiração pelo espírito infinitamente superior que se revela nos pequenos detalhes que podemos perceber com nossa mente frágil. Essa convicção profundamente emocional da presença de um poder racional superior, que é revelado no incompreensível universo, forma minha idéia de Deus.


Antony Flew 
Provas incontestáveis de um filósofo que não acreditava em nada

Via: Eziel Ferreira

quarta-feira, 20 de maio de 2020

Trecho da "Suma Teológica" de Tomás de Aquino.

Questão 14: Da Ciência de Deus (p. 217 e 218)

Art. 1 — Se em Deus há ciência.
(I Sent., dist. XXXV, a. 1; I Cont. Gent., cap. XLIV; De Verit., q. 2, a. 1; Compend. Theol., cap. XXVIII; XII Metaph., lect. VIII).

O primeiro discute-se assim. — Parece que em Deus não há ciência.

1. — Pois, a ciência é um hábito que, sendo meio termo entre a potência e o ato, não podemos atribuir a Deus. Logo, em Deus não há ciência.

2. Demais. — A ciência, respeitante às conclusões, é um certo conhecimento causado por outro, a saber, pelo conhecimento dos princípios. Ora, em Deus, não há nada de causado. Logo, não há ciência.

3. Demais. — Toda ciência é universal ou particular. Ora, em Deus não há nem universal nem particular, como já se viu. Logo, nele não há ciência. Mas, em contrário, diz o Apóstolo (Rm 11, 33): Ó profundidade das riquezas da sabedoria e da ciência de Deus!

SOLUÇÃO. — Em Deus há ciência perfeitíssima. Para evidenciá-lo, devemos considerar que os seres dotados de conhecimento distinguem-se dos que não o são, neste sentido que estes têm apenas a sua forma própria, ao passo que àqueles é natural poderem conter em si também a forma de outro ser, pois, a espécie do objeto conhecido está no conhecente. Por onde, é manifesto que a natureza do ser que não conhece é mais restrita e limitada; ao passo que a dos que são dotados de conhecimento tem maior amplitude e extensão; e por isso, diz o Filósofo que a alma é de certo modo tudo. Ora, a limitação da forma se dá pela matéria. Por isso, dissemos antes que, quanto mais imateriais são as formas, mais se aproximam de uma certa infinidade. Ora, é claro que a imaterialidade de um ser é a razão que o torna capaz de conhecimento; e conforme o modo da imaterialidade, assim o do conhecimento. Por isso, diz Aristóteles, que as plantas, por causa da sua materialidade, não conhecem; ao passo que o sentido é susceptível de conhecimento porque é capaz de receber as espécies sem matéria. E ainda mais capaz de conhecimento é o intelecto, porque é ainda mais separado e emerge da matéria, como diz Aristóteles. Por onde, sendo Deus o ser sumamente imaterial, como do sobredito resulta conclui-se que é, por excelência, dotado de conhecimento.

DONDE A RESPOSTA À PRIMEIRA QUESTÃO. — Como as perfeições procedentes de Deus para as criaturas estão em Deus de modo eminente, como já dissemos, sempre que um nome, derivado de qualquer perfeição da criatura, é atribuído a Deus, é necessário que seja eliminado da sua significação tudo o que pertence ao modo imperfeito próprio à criatura. Por onde, a ciência não é, em Deus, qualidade nem hábito, mas, substância e ato puro.

RESPOSTA À SEGUNDA. — O que nas criaturas existe dividida e multiplicadamente existe em Deus reduzido à simplicidade e à unidade, como dissemos. Ora, no homem, à diversidade de objetos conhecidos corresponde a diversidade de conhecimentos. Assim, quando conhece os princípios, dizêmo-lo dotado de inteligência; de ciência, porém, quando conhece as conclusões; quando conhece a causa altíssima, dizêmo-lo dotado de sabedoria; e, por fim, de conselho ou prudência, quando conhece o que deve fazer. Deus, porém, conhece tudo o que acabamos de enumerar, por um conhecimento uno e simples, como a seguir se dirá. Por onde o conhecimento simples de Deus pode receber, todas essas denominações supra referidas, mas, de modo que de cada uma delas, quando usada para a predicação divina, seja eliminado tudo o que há de imperfeição e seja conservado o que há de perfeito. E, neste sentido, diz a Escritura (Jó, 12, 13): A sabedoria e a fortaleza está em Deus; ele possui o conselho e a inteligência.

RESPOSTA À TERCEIRA. — A ciência depende do modo de ser do sujeito que conhece; pois, o objeto conhecido está no sujeito conhecente ao modo deste. Por onde, sendo o modo de ser da divina essência mais elevado que o da criatura, a ciência divina não será como a da criatura, universal ou particular, habitual ou potencial, ou com qualquer disposição semelhante.

Enviado por Sandro Nascimento.