quinta-feira, 11 de junho de 2020

Os Seis Dias da Criação e a Idade do Mundo (Pt 02)

Por Gleason L. Acher Jr

Yom [palavra para dia em hebraico que aparece em Gn 1]representa um dia na revelação. Isto é, em seis dias literais, ou possivelmente numa visão representativa a Moisés o drama inteiro da criação em seus dias visionários, Deus descreveu ao seu profeta o mistério de como fizera a criação, e as etapas pelas quais cumpriu a obra. Estes estágios não representam necessariamente uma sequência estritamente cronológica (sendo que a narrativa da criação dos corpos celestes é adiada até o quarto dia, depois da criação da vegetação que precisa da luz do sol para sua subsistência). Em parte, são cronológicos, e em parte, tópicos. Isto quer dizer, as várias etapas ou fases de criação são representadas segundo uma ordem lógica, em relação ao observador humano na terra. É, portanto, mais lógico descrever em primeiro lugar a superfície da terra na qual o observador ficaria em pé, antes de apresentar o sol e a lua que brilham sobre a terra e regulam as estações.

Esta interpretação é talvez sustentável sem abrir mão da infalibilidade da narrativa bíblica. Mas, se confronta com uma dificuldade séria (entre outras), que não há a mínima sugestão no texto de Gênesis 1 que seja uma visão que está sendo descrita; Lê-se como uma narrativa singela e direta: No princípio Deus criou os céus e a terra; no primeiro “dia” criou a luz; no segundo dia, separou as águas em superiores e inferiores, e assim por diante. Sendo que a criação inicial mencionada em Gn 1:1 aparece que não é incluída no primeiro “dia” da revelação, pergunta-se se esta parte foi concluída na suposta visão concebida por Moisés, ou se isto foi concebido de maneira não-visional. De qualquer maneira, se Gênesis cap. 1 foi apenas uma visão (representando, naturalmente, os verdadeiros fatos da história original) então quase qualquer outra visão – especialmente se se refere a algo que não seria naturalmente passível de observação a um investigador humano ou historiador humano.

 Merece Confiança o Antigo Testamento?
Compilado por Rafael Félix.

Como os Cristãos devem entender a controvérsia sobre a idade da terra?


Por Ted Cabal

Apenas três grandes controvérsias da ciência com a Bíblia confrontaram a igreja: (1) a controvérsia Copernicana, (2) a controvérsia Darwiniana e (3) a controvérsia da idade da terra. A questão sobre a idade da terra não esquentou significativamente até a terça parte do século XX. Os principais litigantes hoje são os Criacionistas da Terra Jovem e os Criacionistas da TerraAntiga (CTJ e CTA); os teístas evolucionistas e aqueles que não se apegam à inerrância bíblica têm pouco interesse no assunto. O debate não se refere a datar a criação de Adão, pois os dois lados acreditam que isso ocorreu apenas há milhares, e não milhões, de anos atrás. A controvérsia sobre a idade do universo também não é, porque alguns CTJ acreditam em um universo antigo. E ambos os campos criacionistas se opõem à descendência comum Darwiniana. O que é necessário é uma compreensão mais clara de ambos os lados e uma discussão de quão importante é este assunto para a fé bíblica.
Alguns CTA contribuem para a controvérsia, argumentando que os CTJ minaram a credibilidade bíblica com um choque artificial entre ciência e Escritura. A maior fonte de controvérsia, no entanto, é a afirmação de alguns CTJ de que apenas a crença em uma terra jovem é doutrinariamente aceitável. Alguns CTJ acreditam que essa doutrina é tão clara que sua rejeição compromete a autoridade bíblica. Enquanto os CTA concordam que as genealogias bíblicas ensinam a criação recente de Adão, eles não concordam que as Escrituras ensinam que os dias da criação foram períodos consecutivos de 24 horas. (Veja o artigo "Os dias de Gênesis devem ser interpretados literalmente?", p. 4.)
Alguns CTJ argumentam que a visão da Terra Antiga, ao colocar a morte dos animais antes da queda, entram em conflito com Romanos 5:12. Os CTA respondem que Romanos 5:12 não diz nada sobre a morte dos animais. O contexto do apóstolo Paulo trata apenas do pecado e da entrada da morte na raça humana.
Alguns CTJ temem que as interpretações da Terra Antiga tornem a Bíblia subserviente à ciência. E é verdade que as interpretações da Terra Antigasurgiram devido à descoberta (pré-Darwiniana) de um número enorme de animais extintos, como os dinossauros. Mas esses mesmos dados também levaram os CTJ a interpretar as Escrituras à luz da ciência (como interpretar o livro de Jó para descrever os dinossauros). De fato, alguns CTJ sugeriram as placas tectônicas como a possível interpretação para Gênesis 10:25, e alguns oferecem uma interpretação do "big bang" da perspectiva da Terra jovem nos quatro primeiros dias de criação. Além disso, praticamente todos os criacionistas agora acreditam que as descrições bíblicas de uma terra estacionária e um sol giratório são do ponto de vista humano de observação e não pretendem ser descrições técnicas científicas.
Alguns CTJ acusam os CTA de ceder à teoria da evolução, alegando que as "longas eras" são sinônimos do sistema evolutivo. A teoria macroevolucionária precisa de uma Terra Antiga, mas inferir que a interpretação da Terra Antiga são macroevolucionárias é cometer uma falácia lógica (x e y ocorrem regularmente juntos; portanto, x é a causa de y). Por essa mesma lógica, os CTJ podem ser acusados de acomodar visões naturalistas por aceitar a "microevolução" (a ideia de que as espécies mudam com o tempo); A macroevolução Darwiniana precisa da microevolução, mas isso não implica que as duas sejam sinônimas. Os neo-Darwinistas sustentam que as camadas dos estratos fósseis constituem a principal evidência para a macroevolução. Mas os CTJ e os CTA concordam que esse mesmo registro fóssil, com sua escassez de fósseis transicionais críveis, não revela uma história da descendência biológica comum. Os CTJ geralmente entendem os fósseis como depositórios da enchente de Noé, e os CTA os vêem como artefatos de atos criativos sobrenaturais separados por longos períodos de tempo.
Alguns CTJ até argumentam que os CTA contribuíram para o fim da cultura ocidental, mas essas alegações são historicamente injustificadas. As referências dos CTJ aos CTA como "evolucionistas evangélicos", "semi-criacionistas" ou "comprometedores" obscureceram, em vez de esclarecerem o debate. De fato, os CTJ não concordam quanto ao que é "evolutivo" em questões como eras glaciais, formação de estrelas e origem das espécies.
Uma lição de uma controvérsia passada pode ser útil. No início do século XX, alguns consideravam o arrebatamento pré-tribulacionistacomo central para a fé. Grande controvérsia se seguiu, mas eventualmente muitos crentes na Bíblia perceberam que o assunto não era digno de tal disputa. Talvez um dia isso seja verdade para a controvérsia da idade da terra. Os líderes criacionistas devem trabalhar duro para entender os dados. E explorar, defender e promover que várias visões criacionistas são projetos legítimos. Mas promover a controvérsia como base para a desunião na igreja é outra questão.
Fonte:
CABAL, Ted.How Should a Christian Understand the Age of the Earth Controversy?In CABAL, Ted (General Editor). The Apologetics Study Bible: Understand Why You Believe – Real Questions, Straight Answers, Stronger Faith. Nashville, Tennessee: Holman Bible Publishers, 2007
Tradução Walson Sales.


O Tabernáculo

Jesus como sumo Sacerdote

Moisés recebeu ordem de Deus nos seguintes termos: "E me farão um santuário, e habitarei no meio deles. Conforme a tudo o que eu te mostrar para modelo do Tabernáculo, e para modelo de todos os vasos, assim mesmo o fareis" (Êx 25.8,9). Dali até o fim do livro, com exceção apenas dos capítulos 32,33 e 34, que trazem a história do bezerro de ouro e suas consequências, todo o espaço é ocupado com o Tabernáculo.
O Tabernáculo era uma tenda, um templo portátil, usado pelo povo de Israel no deserto. Estava viajando e precisavam armar e desarmar, conforme tivessem de acampar ou levantar acampamento.
O Tabernáculo era o lugar permanente da presença de Deus entre o seu povo. "E o meu Tabernáculo estará com eles, e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo" (Ez 37.27). Esta profecia tem aplicação ao futuro glorioso de Israel, porque antes Deus diz: "...e porei o meu santuário no meio deles para sempre" (Ez 37.26b).
Mas o Tabernáculo feito por Moisés e os israelitas naquele tempo era figura e sombra das coisas celestiais (Hb 8.5).
O conjunto de partes e objetos do Tabernáculo abrange, com o seu simbolismo, as doutrinas mais destacadas ou as verdades fundamentais da revelação do Novo Testamento. Quanto mais conhecermos os detalhes do Tabernáculo, mais entenderemos a obra redentora de Jesus Cristo. Ele, "...por um maior e mais perfeito Tabernáculo, não feito por mãos… por seu próprio sangue, entrou uma vez no santuário, havendo efetuado uma eterna redenção" (Hb 9. 11,12).
A epístola aos Hebreus explica o cumprimento da cerimônia do Tabernáculo na pessoa de Jesus, porém em quase todos os livros do Novo Testamento há alguma coisa, que só pode ser entendida com o conhecimento deste assunto.
Como símbolo, o Tabernáculo fala da presença de Deus: "E me farão um santuário, e habitarei no meio deles" (Êx 25.8). Além disso é tipo de Jesus Cristo, que é "ministro do santuário, e do verdadeiro Tabernáculo…" (Hb 8.2a).
Na Jerusalém celestial, não há templo porque o Senhor será o templo (Ao 21.22). O Tabernáculo lembra a presença de de Deus, mas o pecador só pode ir a Deus por Jesus Cristo.
O Tabernáculo não tinha porta, estava sempre aberto, como o Senhor Jesus está sempre pronto para receber o pecador.
Antes de pensar no significado das peças ou dos objetos que estavam no Tabernáculo, é proveitoso saber a significação de outros símbolos que aparecem ali, como: pontos cardeais, cores, metais e outros objetos. Tudo tinha um sentido espiritual.
A entrada era do lado do nascente. A mesa era do lado o norte, e o castiçal ao lado do Tabernáculo para o sul (Êx 40.22-24).
Na ordem das tribos no acampamento e na marcha pelo deserto, ficavam três ao nascente, três ao Sul, três ao ocidente e três ao norte (Nm 2.1-34). Os levitas ficavam ao redor do Tabernáculo, no meio dos exércitos (Nm 2.17).

Pontos cardeais

Norte. A idéia ligada a "norte" é de frio, refrescante. Os montes do Líbano, especialmente o Hermom, tinham neve.
Quando o Sol esquentava, a neve se derretia e fazia correr água na Palestina. No livro de Cantares (4.16), a noiva com o Jardim de flores e pede que o "vento norte" vá embora e dê lugar "ao vento Sul" para espalhar o aroma.
Sul. A brisa suave do Neguebe. O sul significa o que é agradável na vida, comumente uma situação agradável traz tentações ao descuido e relaxamento.
Os judeus dão às palavras direita e esquerda, o sentido do norte e sul. A direita para eles, "Iamin", donde vem o nome da região do "Iêmen", é a parte sul da Palestina.
O norte é chamado esquerda. A Síria, ao norte da Palestina, é chamada na língua árabe, "El-Scham", mão esquerda, ou norte. Na língua síria é "Shâmi", mão esquerda, ou norte.
A frente do Tabernáculo era para o nascente, assim à esquerda era o norte e à direita o sul.
Leste. O deserto, o vento quente. Era por onde vinha a ameaça dos inimigos. 
Também é pelo leste que vem o dia, o nascer do sol e a esperança. Em Lucas 1.78 o Senhor Jesus tem o nome de "Oriente do alto".
Oeste. O mar, habitação de seres desconhecidos, a direção onde a luz se apaga. Em hebraico é "yam", que quer dizer o mar. 
Em Isaías 17.12 e 13, a agitação das águas do mar representa a ira dos povos da terra.

As Cores
Branco - pureza. Azul - cor do céu. Púrpura - cor imperial. Escarlata - cor dos reis de Israel. Por isso vestiram a Jesus com um manto escarlata (MT 27.28). Carmesim - sangue. O Messias crucificado. 

Os Metais
Ouro - o metal do santuário. Símbolo da divindade de Cristo.
Algumas vezes vem a expressão "ouro puro". 
Prata. Simboliza a redenção, base de tudo, meio de aproximação entre o pecador e Deus. Conferir Êxodo 30.11-16; 38.25-28. 
Em Eclesiastes 12.6, aparece "o cordão de prata", quer dizer o fio da vida.
Lembra a medula que tem a forma sim cordão Branco.
Quando se quebra, a pessoa morre.
Cobre - pode ser entendido também como bronze. Estava no pátio, o altar e a pia eram de cobre. Lembra a purificação. No pátio a pessoa se purificava: da culpa, no altar, oferecendo um sacrifício; na pia se purificava de qualquer contaminação, lavando-se com água.

Outros Objetos
Madeira - Tipo da humanidade de Jesus, usava-se madeira de lei, incorruptível. Na pia e no castiçal não havia madeira, porque seu sentido era: purificação, a pia; e luz divina, o castiçal.
Linho - Pureza e Santidade. Em Apocalipse 19.8b, lemos: "...o linho finíssimo são os atos de justiça dos santos".

As Partes do Tabernáculo
No Pátio - o altar de cobre para os sacrifícios e a pia.
No Lugar Santo - a mesa, o castiçal e o altar de incenso.
No Santo dos Santos - a Arca.

Próx domingo Continua…
O simbolismo de cada peça do Tabernáculo....

Via. Eziel Ferreira