domingo, 19 de julho de 2020

A Teoria da Evolução sob Escrutínio - Parte 1 - A vida de Charles Darwin



Por Walson Sales

Quem foi Charles Darwin?

Charles Darwin é considerado ainda hoje um grande cientista. Um marco divisor entre a superstição (religião) e a ciência, ou seja, a racionalidade científica e a credulidade ingênua, até mesmo cega, da religião. As mesmas mentes que nos venderam estas informações como sendo verdadeiras, também deixam implícito (outros deixam bem explícito mesmo) em suas apresentações da vida e obra de Darwin, seguindo mais ou menos esta sequência, que (1) Darwin nasceu numa família estritamente evangélica e Cristã; (2) ele próprio era um Cristão fervoroso e frequentador de Igreja, um Cristão devoto; (3) que seus estudos foram um sucesso, tanto na escola, quanto na faculdade; (4) que seus estudos científicos o levaram a formular a conhecida Teoria da Evolução, até então desconhecida e inédita; (5) que só então, de posse destas descobertas, ele abandonou a superstição da religião; (6) que suas descobertas foram isentas, sem uma influência prévia de quem quer que seja; (7) que o mecanismo, supostamente descoberto por ele, a Seleção Natural, explicou, de forma definitiva, o mecanismo da evolução das espécies; (8) que Darwin vislumbrou, já em seus dias, uma cadeia fóssil completa como prova definitiva da evolução das espécies. A lista pode crescer indefinidamente, já que tantas são as histórias de vitória na vida do famoso Naturalista inglês. Contudo, é importante lermos e observamos mais de perto as dúvidas, contexto e desenvolvimento pessoal deste personagem e, ao fazermos, podemos identificar uma série de eventos que vão em sentido totalmente contrário da propaganda Darwinista atual. Conhecer estas informações é crucial para entender o homem e o cientista em um contexto político e religioso delicado, até mesmo conturbado, durante a era vitoriana em que Darwin nasceu, cresceu, foi educado e influenciado.
Bradley JGundlach (2018) confirma um pouco disso. Ele afirma que o nome Charles Darwin (1809-1882) carrega imenso poder simbólico no mundo moderno. Normalmente, representa a racionalidade científica sobre a credulidade religiosa, a livre investigação sobre a ortodoxia imposta durante a era vitoriana, onde a Igreja Anglicana impunha as normas sociais. Em 1909, John Dewey escreveu que Darwin tinha efetuado a maior transformação intelectual dos tempos modernos, implicando claramente que Darwin trouxe ideias científicas inéditas. Embora o próprio Darwin tenha evitado abertamente o ateísmo, seu nome e a teoria da evolução associada a ele permanecem como ponto de apoio para a incredulidade. No entanto, Darwin, o homem, não equivale à teoria — ou antes, às teorias — que tem seu nome. A chamada revolução darwiniana do século XIX consistiu em grande parte na mudança do criacionismo para versões não darwinistas da evolução, apesar do uso do nome de Darwin como etiqueta. O que Darwin fez foi apresentar uma teoria plausível da evolução apoiada por um conjunto de pormenores científicos e abrir amplas perspectivas para novas pesquisas e teorias adicionais em paleontologia, embriologia, genética, bioquímica e muito mais. Depois de Darwin, as noções mais amplas da evolução tomaram emprestado o prestígio da ciência — a sociedade, a cultura e a religião eram agora vistas em função do desenvolvimento natural desde os primórdios, uma história de progresso que encorajava a rejeição ou a reformulação radical da crença Cristã. Embora os Cristãos liberais celebrem Darwin por ter substituído a invariabilidade pela variação (e assim encorajar a revisão doutrinal e moral), e os Cristãos fundamentalistas o deploram como a fonte da incredulidade, deterioração cultural e mesmo de genocídio (Darwin como uma inspiração para Hitler), muitas visões moderadas a respeito de Darwin e da evolução existem dentro do rebanho Cristão.
Contudo, é de vital importância conhecer Darwin dentro do seu contexto histórico, político e religioso e desvendar a mente deste naturalista inglês. Esta série de artigos procura elucidar as influências sobre a criança, o jovem e o universitário Charles Darwin e mostrar se as oito proposições populares sobre Darwin, citadas acima, são corretas. Esta série acompanha sua história até pouco antes da sua viagem às ilhas Galápagos e é suficiente para mostrar o que moldou a mente deste personagem até mesmo antes de escrever a sua famosa Origem das Espécies....vamos comigo nesta viagem...
Fonte citada:
GUNDLACH, Bradley J. Charles Darwin. In COPAN, Paul [et all] (organizadores). Dicionário de cristianismo e ciência: obra de referência definitiva para a interseção entre fé cristã e ciência contemporânea. (tradução Paulo Sartor Jr). 1. ed. - Rio de Janeiro: Thomas Nelson Brasil, 2018.

*      Próximos textos:
ü  A Teoria da Evolução sob Escrutínio - Parte 2 - A Herança Religiosa e Cultural da Família de Charles Darwin

ü  A Teoria da Evolução sob Escrutínio - Parte 3 - O Menino e o Adolescente Darwin – Inclusive na Escola

ü  A Teoria da Evolução sob Escrutínio - Parte 4 - Darwin na Universidade de Medicina

ü  A Teoria da Evolução sob Escrutínio - Parte 5 - A Influência que Marcou Charles Darwin até a Formulação da Teoria da Evolução

ü  A Teoria da Evolução sob Escrutínio - Parte 6 - O Verdadeiro Motivo de Darwin Ter Ido Estudar Artes (Teologia)

ü  A Teoria da Evolução sob Escrutínio - Parte 7 - Darwin, O Erudito “Exemplar” no Curso de Artes (Teologia)

ü  A Teoria da Evolução sob Escrutínio - Parte 8 - Darwin e a Igreja Anglicana – contexto político

ü  A Teoria da Evolução sob Escrutínio - Parte 9 - Darwin Seguindo Para o Encerramento do Curso


O Tabernáculo V - O castiçal (Êx 25.31-40; 37.17-24)

O castiçal era uma peça de ouro puro, com sete pontas ou extremidades que serviam de lâmpadas. Era feito para alumiar, sua significação era testemunho ou luz. Na vida pública do crente, estas palavras são sinônimas. Sereis minhas testemunhas (At 1.8). "Vós sois a luz do mundo… assim brilhe a vossa luz diante dos homens… (Mt 5. 14-16a).
A responsabilidade do crente aqui no mundo é viver de tal forma que os descrentes conheçam o poder de Deus por meio de sua vida. Testemunho é depoimento de quem presenciou algum fato. Só tem autoridade para dar testemunho de Jesus quem experimentou o contato com Ele. Este contato consiste em percorrer todos os pontos, representados pelos objetos que faziam parte do Tabernáculo: Altar de cobre, a conversão; a Pia, a separação do pecado; a Mesa, a comunhão com Deus e chegar ao castiçal para servir de testemunha do Senhor.
   Moisés, quando esteve no monte com Deus, ficou com o rosto resplandecente ( Êx 34.29,30,35). E não sabia que a pele do seu rosto resplandecia. Quem está cheio do poder de Deus, é humilde, não vê a si mesmo brilhar. Quem vê e dimensiona sua própria espiritualidade, está errada. Quando Elias disse: "Sou muito zeloso… fiquei só" ( 1 Rs 19.14), estava onde Deus não queria. O fariseu que orou a Deus assim: "não sou como os demais homens…" (Lc 18.11b), não foi aceito por Deus, não voltou justificado.
O crente unido ao Castiçal recebe a luz perfeita, de sete bicos, é denominada pela humildade e seu testemunho tem poder para realizar grandes coisas. Em Efésios 5.14 há uma promessa da luz de Cristo, seguindo uma exortação dirigida ao crente: "... Desperta, tu que dormes, e levanta-te dentre os mortos, e Cristo te esclarecerá". O Castiçal é um tipo de Jesus Cristo porque ele é "a luz verdadeira, que alumia a todo o homem que vem ao mundo" (jo1.9).
Paulo no caminho de Damasco, viu uma luz mais forte que o sol. Era Jesus chamando o perseguidor para a conversão (At 26.13-15).
" E a condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más" (jo 3.19). "...Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida" ( Jo 8.12b).

Próx domingo continua...
A mesa…

Via: Eziel Ferreira

sábado, 4 de julho de 2020

A autenticidade da Bíblia


Todos os autógrafos dos livros da Bíblia se perderam ao longo dos séculos. Estas cópias originais, diretamente do punho dos escritores sagrados, desapareceram. A nossa Bíblia chegou às nossas mãos através de cópias tiradas de outras cópias até ao advento da imprensa, em 1454.
Essas cópias são os manuscritos (MSS), cujo vocábulo vem de duas palavras latinas, "manu" (mão), "scriptus" (escrita), porque essas cópias eram feitas à mão. O texto mais antigo de que
dispomos atualmente é um fragmento do livro de Números 6.24-27, "a bênção sacerdotal", datado do século VI a.C., encontrado em 1979 pelo arqueólogo Gabriel Garki, professor da Universidade de Tel-Aviv, Israel. Os manuscritos mais antigos da Bíblia toda datam dos séculos IV e V d. C.
Os copistas judeus queimavam as cópias dos manuscritos depois de sua compilação, pois estas, muitas vezes, estavam ilegíveis, em virtude do seu exaustivo uso. Eles não davam muita importância a idade dos manuscritos. Quanto mais novo para eles, era melhor, pois o rigor dos critérios adotados nas compilações do texto sagrado levou a credibilidade geral dessas cópias.
O manuscrito hebraico mais antigo do Velho Testamento, antes das descobertas dos rolos do mar Morto, não ia além do século IX da nossa era. Entretanto, nenhum erudito ou crítico suspeitou de sua autenticidade, por duas razões principais: as versões do Velho Testamento em outras línguas como a
 Septuaginta, Vulgata, Peshita e outras; e a outra razão é a que já vimos, o zelo extraordinário e os critérios meticulosos dos judeus, para preservar a integridade do texto sagrado.
As cópias em desuso, muitas vezes, eram postas na guenizá da sinagoga (uma espécie de depósito de livros), quando não cabiam mais livros nestes depósitos, eles eram queimados. Por essa razão ninguém se surpreende pela escassez de manuscritos hebraicos do Velho Testamento. Os manuscritos hebraicos anteriores ao advento da imprensa são muito poucos em relação aos manuscritos gregos do Novo Testamento.
Os livros que formam o Cânon do Antigo Testamento foram selecionados praticamente dentro da nação de Israel, exceto alguns escritos que foram redigidos na Babilônia e trazidos por Esdras, juntamente com os demais livros sagrados que formavam as Escrituras da época. Os do Novo estavam dispersos na Palestina, Ásia e Europa. Segundo H. H. Halley, Mateus, Hebreus e Tiago foram encontrados em Jerusalém; os escritos joaninos, Gálatas, Efésios, Colossenses, as duas epístolas a Timóteo, Filemon, as duas de Pedro, Judas e Apocalipse foram encontrados na Ásia Menor; as duas epístolas aos Coríntios, Filipenses, as duas aos Tessalonicenses e Lucas, na Grécia; Tito em Creta; Marcos, Atos e Romanos, em Roma.
Existem atualmente mais de 5.000 manuscritos gregos do Novo Testamento, espalhados pelos museus e mosteiros em toda a Europa, datados do século II d. C. até a invenção da imprensa, no século XV, e cerca de 19.000 em outras línguas.
As versões em outras línguas e as citações da patrística nos primeiros séculos do Cristianismo são uma prova da autenticidade destes manuscritos. Nenhuma obra da antiguidade apresenta hoje tantos manuscritos. Temos hoje, em todo o mundo, em torno de 24.000 manuscritos do Novo Testamento, tanto gregos como latinos, e em outras línguas. Em segundo lugar vem a Ilíada, de Homero, com apenas 457 papiros e 188 manuscritos, perfazendo um total de 645 exemplares. Nenhuma obra da antiguidade é melhor confirmada que o Novo Testamento. De todas as obras literárias, produzidas na antiguidade, o manuscrito mais antigo que sobreviveu apresenta um período de 750 anos de intervalo entre o tal manuscrito e o seu autor. E uma obra de História, de Plínio, o Jovem, historiador romano, que viveu entre 61 e 113 d.C.. Restaram apenas 7 manuscritos, e o mais antigo deles é datado de 850 d. C.. Todos os demais, com exceção de Suetônio, também historiador romano, com 950 anos de intervalo entre o autor e o manuscrito mais antigo, apresentam um intervalo superior a mil anos.
Os papiros são datados dos séculos II ao VII d.C., existem cerca de 100 exemplares. O papiro 75, datado entre o final do segundo século e o início do terceiro, traz os evangelhos de Lucas e João. O Departamento de Religião da Universidade da Geórgia coloca esse papiro na mesma data do papiro 46, um pouco antes do ano 200. O papiro 52 é do ano 125. São apenas 5 versículos, João 18.31-33, 37, 38. Considerando que o apóstolo João morreu no final do primeiro século, mostra um intervalo inferior a 40 anos, e isso sem levar em conta o papiro 52, por ser um fragmento muito pequeno

Trecho o livro "Manual de Apologética" de Ezequias Soares. p. 42 a 46

Enviado por Sandro Nascimento.