segunda-feira, 6 de fevereiro de 2023

Dez pensamentos absurdos do ateísmo


Por C. Michael Patton

Traduzido, adaptado e ampliado por Walson Sales

 

1. O ateísmo carece de fundamento moral.

O ateísmo se omite quando se trata de oferecer uma base real para os valores e princípios morais, deixando que os indivíduos criem seus próprios padrões pessoais de comportamento, o que pode ser perigoso e levar ao caos. Tudo o que resta para eles é o relativismo moral, o que é um desastre.

 

2. O ateísmo não fornece uma resposta para a origem da vida ou do universo.

O ateísmo não pode explicar como algo veio do nada ou como a vida surgiu de matéria inanimada, matéria morta. Em última análise, eles têm que negar o axioma universal ex nihilo nihil fit, “do nada, nada vem”. Uma vez que esse axioma é negado, todo pensamento racional e destreza intelectual são rejeitados em favor de algum tipo de mágica! Essa omissão do ateísmo se choca com umas das maiores leis da ciência, a lei da biogênese que afirma que vida só provém de vida e contra essa lei, eles afirmam que a vida surgiu de matéria morta, o que significa um salto de fé cega.

 

3. O ateísmo não fornece uma explicação para a complexidade do universo e da vida.

O universo, que tem muitas leis bem ajustadas que tornam a vida possível, não tem uma causa sobrenatural última segundo os ateus. Por causa disso, o ateísmo não pode explicar por que existem tantas leis e processos físicos milimetricamente ajustados que devem existir para que o universo exista e funcione como funciona. Nesse sentido, existe uma situação absurda em que o efeito é maior do que a causa, o que contraria uma das maiores leis da filosofia, a saber, a de que o efeito não pode ser maior do que a causa. Na verdade, para piorar para os ateus, esta é a única vez que o efeito não tem causa! Mas, eles dizem, existe um peso maior em existir do que não existir, não é? O efeito existe para o ateu, mas a causa não? Mágica?

 

4. O ateísmo falha em fornecer uma resposta para o significado último.

Eles não podem defender nenhum propósito transcendente para a vida. Isso permite que os indivíduos decidam o que mais importa na vida em seus próprios termos, levando inevitavelmente à confusão e ao vazio espiritual. Mas um aspecto central do impulso de nossos instintos viscerais aponta em direção ao significado e propósito. Isso evidencia algum tipo de pré-programação por uma Entidade que também existe de forma significativa. Pense em um dos maiores questionamentos da existência humana: Por que estamos aqui? Temos um propósito? Para os ateus não, somos apenas poeira cósmica aleatória, o que é muito grave.

 

5. Em sua essência, o ateísmo é baseado em uma fé cega.

O ateísmo é uma crença de que Deus não existe e que não existe uma causa nem para o universo, nem para a vida ou que a Causa, seja ela qual for, não é sobrenatural, pessoal e intencional. O ateísmo é exatamente igual a outros sistemas de crenças que exigem um salto de fé cega para aceitar suas reivindicações como verdadeiras sem evidências ou provas para apoiá-las. Em outras palavras, não há evidência positiva para o ateísmo, apenas a negação persistente da grande quantidade de evidências a favor do teísmo. O ateísmo representa uma crença antinatural que necessita de um esforço hercúleo para que seja mantida.

 

6. O ateísmo falha em fornecer qualquer esperança real.

No ateísmo, não há otimismo para o futuro a longo prazo porque nega a possibilidade de vida após a morte ou julgamento divino futuro. Assim, o ateísmo é um reservatório filosófico de desespero, e não de expectativa e esperança. Se não há propósito para a vida e se a vida humana não tem valor intrinseco, logo estamos todos perdidos e sem esperança. Talvez eles só estejam esperando ansiosos pela hora do almoço.

 

7. O ateísmo tem uma história de barbárie.

O ateísmo tem sido usado como justificativa por alguns indivíduos ao longo da história para cometer atos hediondos. Eles se envolvem nesses atos porque sentem que, ao fim e ao cabo, não terão que prestar contas a ninguém. Não haverá julgamento, apenas impunidade. Esta é a implicação clara de uma vida sem Deus levada às últimas consequências. É claro! Por que não? Se não houver um poder superior observando ou julgando suas ações ou responsabilizando-os por suas escolhas nesta vida ou além dela, faz todo o sentido. Fiódor Dostoiévski escreveu no livro Os Irmãos Karamazov: “Se Deus não existe, então tudo é permitido”. Felizmente, este não é um componente necessário do ateísmo e a maioria dos ateus não vivem de acordo com suas crenças e não levam suas crenças às últimas consequências, mas esta é a base do ponto de partida filosófico amoral.

 

8. O ateísmo falha em oferecer qualquer resposta real sobre o sofrimento e o mal no mundo.

Embora este seja um argumento puramente pragmático, ele é verdadeiro. O ateísmo necessita de alguma razão que dê esperança e sentido às respostas quando se trata de questões sobre o sofrimento e o mal no mundo. Assim, os indivíduos muitas vezes ficam oprimidos com essas questões, em vez de encontrar conforto ou consolo na teleologia (propósito) do mal. Para o ateísmo não existe propósito no mal e como eles podem questionar o mal sem aventar a existência do bem e do sumo bem, em última instância?

 

9. A crença de que apenas a ciência fornece as respostas é, na melhor das hipóteses, paradoxal.

Os ateus têm a tarefa impossível de aceitar que apenas a ciência pode explicar todos os aspectos da realidade (cientificismo); assim, eles devem inevitavelmente olhar, sob este viés, para a filosofia e/ou religião. As pressuposições adquiridas (supostamente) apenas pela ciência são usadas para dar sentido a coisas como consciência, a tutora necessária do racionalismo e do livre arbítrio. Resumindo, a insistência necessária dos ateus de que apenas a ciência pode explicar tudo não se baseia na ciência. No entanto, as próprias crenças ateístas (ou não-crenças) são auto-referencialmente absurdas. Por exemplo, aspectos importantes da natureza humana, como o livre-arbítrio não passam de ilusões da nossa mente de acordo com o ateísmo.

 

10. Por fim, os ateus devem viver em um estado de dissonância cognitiva.

O ateísmo é funcionalmente limitado por sua própria epistemologia (forma de chegar ao conhecimento). A base de conhecimento do ateísmo é fundamentada exclusivamente na razão humana (uma noção filosófica) e na experiência (baseada em uma suposição não científica) como fontes de conhecimento. Assim, os ateus se encontram presos em um ciclo de dúvida e dissonância cognitiva não reconhecida (acreditar em uma coisa, mas viver habitualmente de forma diferente). Isso produz um desconforto implícito porque, em última análise, o comportamento dos ateus não se alinham com seus valores ou crenças. Eles são incapazes de apresentar respostas definitivas sobre o que é verdadeiro devido às limitações auto-referenciais absurdas impostas por suas próprias visões de mundo! Podemos ser gratos porque a maioria não vive de acordo com sua visão de mundo ao fim e ao cabo.

 

Bônus:

11. Os ateus não reconhecem ou celebram a sensação de admiração sobre o mundo e seus mistérios.

Isso é subjetivo, mas também expõe a imensa arrogância da cosmovisão ateísta. Eles têm a mente fechada e seguem seu vieses. Claro, todos nós seguimos alguns vieses em algum grau. Mas o ateísmo não é capaz de chamar um pato de pato. Se existe um milagre, eles não estão abertos a defini-lo como tal. Devido a essa mente fechada, eles desajeitadamente começam a explicar as coisas da maneira menos provável. É como se o barulho de cascos só podem ser de cavalos e não podem, em hipótese alguma, ser de zebras. Isso faz algum sentido?

 

Fonte:

https://credohouse.org/blog/10-absurdities-of-atheism

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2023

As guerras recentes de Israel


por Craig Winn


A Guerra da Independência em 1948: Israel, ainda se instalando, perdeu 6.373 pessoas, ou aproximadamente um por cento de sua população, quando as nações islâmicas vizinhas optaram por varrer os Judeus para o mar em vez de conviver pacificamente. Cerca de um terço dessas perdas foram de civis. O número exato de vítimas islâmicas é difícil de mensurar, uma vez que os muçulmanos têm uma propensão para o exagero e que têm pouca consideração pela vida humana. Mas estima-se que 12 mil soldados islâmicos e mujahideen morreram tentando impedir que Israel se tornasse uma nação. Após a guerra, depois de Israel ter batido os muçulmanos de forma tão decisiva, Israel conseguiu definir suas próprias fronteiras. O que é interessante aqui é que os países islâmicos que atacaram Israel tinham forças militares bem estabelecidas e Israel não tinha governo, nem moeda, nem exército, nem força aérea, e praticamente nenhuma arma, nem sequer uma linguagem comum - e, no entanto, venceram. Allah não foi Grande, ou o Islã fez com que os muçulmanos falhassem?

A Guerra do Sinai de 1956: Israel perdeu 177 soldados e tomou toda a Península do Sinai do agressor. O Egito perdeu cerca de 3.000 soldados, teve 5.000 soldados feridos e outros 6.000 foram feitos prisioneiros. Infelizmente, Israel confiou o Sinai aos pacificadores da ONU, que simplesmente se afastaram do caminho quando o Egito violou o acordo de paz menos de uma década depois. A credibilidade da ONU foi a maior vítima desse conflito.

A Guerra dos Seis Dias em 1967: Nasser do Egito impeliu uma resolução islâmica contra Israel e ameaçou um assalto aliado que empurraria todos os Judeus para o mar. Não funcionou como planejara. Israel perdeu 338 soldados no front egípcio, 300 no front da Jordânia e 141 no front da Síria. O Egito, no entanto, perdeu 80% de seu equipamento militar, 10 mil soldados e 1.500 oficiais foram mortos, 5 mil soldados e 500 oficiais capturados e 20 mil soldados feridos. A Jordânia sofreu 7.000 mortos e cerca de 16.000 feridos. A Síria teve 2.500 mortos e 5.000 feridos. Os sírios perderam a metade de seus tanques e quase toda a artilharia que colocaram no cume de Golan. A contagem oficial de vítimas iraquianas foi de 10 mortes e cerca de trinta feridos. Foi a batalha mais desequilibrada da história, ofuscando a bravura dos espartanos em Thermopylae. (Em 480 a.C., 300 soldados espartanos mataram 6.000 dos soldados persas do rei Xerxes e barraram mais de 150.000.) Se não fosse pelas demandas americanas contra Israel, os Judeus teriam capturado o Cairo, Damasco e Amã e teria controlado todo o Egito, Síria e Jordânia.

A Guerra de Atrito em 1968-70: durante a Guerra Fedayeen, 367 soldados israelenses foram mortos e mais de três mil foram feridos por jihadistas islâmicos. Não houve números de vítimas publicados do lado egípcio, pois isso só serve para destacar como os países islâmicos usam seu próprio povo como se fossem munições. No entanto, estima-se que 10.000 jihadistas Fedayeen egípcios morreram.

Guerra do Yom Kippur de 1973: os muçulmanos, liderados pelo Egito e a Síria, apoiados e financiados por petro-dólares iraquianos, iranianos e sauditas da OPEC, lançaram um ataque conjunto surpresa a Israel no dia religioso mais importante, o Yom Kippur, invadindo simultaneamente o Sinai e as montanhas de Golan com aviões, tanques e armamentos soviéticos. Também conhecida como a Guerra do Ramadã, representou o primeiro grande ataque islâmico contra Israel desde que a nação foi restabelecida em 1948. Mal equipados e em uma desvantagem de 100 para 1, Israel venceu - deixando os muçulmanos atônitos e irados em todo o mundo.

Israel foi pego de surpresa e sofreu 2.300 mortes, 5.500 feridos e 294 prisioneiros - quase todos nos dois primeiros dias. Os egípcios sofreram 12 mil mortes, 35 mil feridos e 8,400 prisioneiros. A Síria sofreu 3.000 mortos, 5.600 feridos e mais de 400 presos, dos quais cerca de 20 eram iraquianos e marroquinos. Israel, que estava esmagadoramente inferior em números de soldados e menos equipado, além de ser pego de surpresa, recuperou e consertou um grande número de seus próprios tanques, bem como centenas de tanques russos e transportadores blindados de pessoal que haviam sido abandonados pelos muçulmanos que fugiram. Com esse armamento, eles lutaram e recuperaram o terreno onde inicialmente se renderam.

No primeiro dia, Israel perdeu 105 aviões e 5 helicópteros, um terço de sua força de combate, por causa das baterias russas de mísseis SAM. Os egípcios perderam 235 aviões e 42 helicópteros, enquanto os sírios perderam 135 aviões e 13 helicópteros. A maioria das perdas muçulmanas ocorreram na batalha no ar em que os Judeus eram majoritariamente melhores pilotos. Quando os jihadistas jubilosos invadiram as proteções russas contra os mísseis SAM, a guerra virou-se e 51 baterias antiaéreas egípcias desprotegidas e 12 baterias de mísseis SAM sírios foram destruídas. Israel perdeu uma arma antiaérea. A marinha israelense não teve perdas, e afundou sete navios egípcios e cinco barcos de mísseis sírios, quatro barcos de torpedos egípcios e vários navios de defesa costeira.

Israel conquistou uma vitória clara contra a Síria, conquistando um território considerável além das linhas de cessar-fogo de 1967 e avançando para cerca de 20 milhas de Damasco. No Sinai, os egípcios se apegavam ao lado leste do canal, mas os israelenses cercaram seu terceiro exército e avançaram com sucesso até algumas milhas do Cairo. Mais uma vez, se os Estados Unidos não tivessem obrigado Israel a se retirar, eles teriam conquistado o Egito e a Síria.

Infelizmente, no entanto, o Sinai foi devolvido ao Egito quando Jimmy Carter subornou a nação islâmica para parar de ameaçar publicamente a Israel, dando aos egípcios US $ 2,5 bilhões ao ano, bem como acesso total às armas americanas mais sofisticadas. Os EUA também pressionaram Israel com uma proposta patética da história moderna: "terra pela paz". Eles sacrificaram as terras que controlavam, perderam sua zona de proteção defensiva e tem sido terrorizados pelos muçulmanos desde então. Mas pelo menos agora você sabe por que os muçulmanos trocaram táticas de guerra pelo terror.


Tradução Walson Sales.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2023

Objeções ao Cristianismo - Parte 1


Por Douglas Groothuis, PhD

Traduzido, adaptado e ampliado por Walson Sales


Vamos avaliar agora algumas objeções dos críticos acerca da natureza do cristianismo. O problema é que quando observamos mais de perto as objeções dos críticos, encontramos muitas distorções e espantalhos. Outro problema sério entre os críticos é que eles recebem uma informação distorcida acerca da fé cristã e não se dão ao trabalho de investigar se as coisas são assim de fato. 

As principais objeções e as mais grotescas contra a fé cristã são:


1. O Cristianismo é contra a ciência;

2. O Cristianismo defende o antiintelectualismo;

3. O Cristianismo é racista;

4. O Cristianismo é sexista ou misógino;

5. O Cristianismo é imperialista ou colonialista;

6. O Cristianismo é contra a ecologia;

7. O Cristianismo defende a salvação como a ideia de um céu enfadonho;


As duas últimas objeções parecem piadas de mau gosto, pois Deus colocou sobre o homem a responsabilidade de cuidar da natureza. Nada vai ser mais prazeroso e dar mais alegria do que estarmos no céu, sentido a presença plena de Deus e aprendendo diretamente dele em uma nova dimensão. Portanto essas duas últimas objeções não serão levadas em consideração neste curso. Vamos abordar rapidamente as demais objeções, pois é realmente importante conhecer essas objeções de antemão e ter um esboço mental de como respondê-las. 

Uma das falsificações mais grosseiras, grotescas e mal fundamentadas é a ideia de que o cristianismo odeia os homossexuais e as lésbicas, de forma intrínseca. Logo, as pessoas nessas informações falsas nunca irão investigar mais a fundo as doutrinas basilares da fé cristã como, por exemplo, se a ressurreição de Jesus ocorreu de fato ou não, bem como nunca investigarão a fundo se as escrituras são a verdade. Eles irão rejeitar a Bíblia e o cristianismo a priori. Então, encarar de frente essas falsas representações é muito importante para a defesa da fé cristã. De forma mais técnica, o que o apologista faz nesse caso é criticar os críticos, pois quando alguém afirma que o cristianismo é contra a ciência, o apologista tem (e deve ter o interesse) de desmistificar e derrotar essa objeção, arrancá-la pela raiz. Sendo assim, a tarefa do apologista diante dessas objeções é abordá-las e criticá-las, além de tornar conhecida a falsidade da objeção, o que pode culminar no fato das pessoas reconhecerem o valor da fé cristã, crerem em Jesus, se arrependerem dos seus pecados e serem salvas. 

Vamos começar com o antiintelectualismo. Alguns afirmam que a fé é oposta a razão, e dizem que os que creem na Bíblia, no cristianismo e em Jesus, o fazem porque fizeram uma suspensão da razão e da capacidade de raciocinar. O primeiro problema com essa afirmação é que alguns cristãos afirmam exatamente isso e defendem uma posição antiintelectualista, de forma consciente ou não, pois eles usam argumentos (pretensamente racionais) para negar o valor da razão no que diz respeito a fé. O motivo desse posicionamento equivocado é que alguns cristãos fazem uma leitura distorcida de alguns textos bíblicos, principalmente de 2Co 3.6. Contudo, a resposta básica para esse tipo de posicionamento é avaliar a vida do fundador do cristianismo, Jesus de Nazaré. Certo dia perguntaram a Jesus sobre o maior dos mandamentos. Uma pergunta difícil para testar Jesus, e Jesus respondeu que devemos amar a Deus com todo o nosso coração, forças, alma e mente/entendimento e amar ao próximo como a si mesmo (Mt 22. 37, 38). Jesus nos recomenda, utilizando o grande mandamento da lei, que devemos amar a Deus com tudo o que temos e somos, incluindo, NÃO EXCLUINDO, a nossa mente! O próprio Jesus já havia respondido, de forma racional, sobre muitas questões importantes e difíceis, a saber, sobre a ressurreição, sobre a relação entre igreja e estado, sobre o sábado, sobre a natureza do Messias, e ele respondeu a todas de forma lógica. A visão de mundo cristã ensina que fomos criados a imagem e semelhança de Deus, e um dos principais elementos para termos a imagem e semelhança de Deus é sermos racionais. A lógica é simples: se Deus é racional e fomos criados a imagem e semelhança de Deus, logo somos racionais. Temos que conhecer princípios básicos da lógica, como a lei da não contradição e formas básicas de raciocínio e assim por diante. Então, seguindo os indícios apresentados nas respostas de Jesus, também pelo fato de termos sido criados a imagem e semelhança de Deus e pelo fato de existirem imperativos bíblicos para defendermos a fé (I Pe 3:15, 16), o antiintelectualismo não encontra espaço dentro da visão de mundo cristã. 

Perceba, por exemplo o contexto em que a igreja nasceu. A igreja nasceu em um ambiente de controvérsias intelectuais. Tanto os escritores do NT, quanto as escolas de apologistas na Patrística, defenderam o cristianismo como sendo verdadeiro e racional. Eles se engajaram em debates e discussões presenciais e por escrito, contra os descrentes. Eles enfrentaram o Estoicismo, o Gnosticismo, o movimento Judaizante e até mesmo o Islã após o surgimento dele no século sétimo (neste caso, o último nome da patrística, João de Damasco, que faleceu em 750 d.C). então, Santo Agostinho, Tomás de Aquino, Blaise Pascal, Jonathan Edwards, e mais recentemente C.S. Lewis, Francis Schaffer, e hoje William Lane Criag, J. P. Moreland, Alvin Plantinga, Gary Habermas, entre outros, lidam com críticos que utilizam um alto nível de criticismo intelectual. A escritura tem várias afirmações claras que mostram os evangelhos e a Bíblia como um todo, como uma revelação de Deus, não fundamentada na mente humana, ou seja, Deus se revelou de cima, de forma salvífica, aos homens, de maneira especial. A revelação especial de Deus não é algo construído ou desenvolvido de baixo, por meio de nossa razão ou observações empíricas. Isso não significa e não pode ser inferido de nenhuma forma que o cristianismo é irracional ou até mesmo que o cristianismo está acima da lógica. Isso apenas significa que temos uma fonte de conhecimento de uma fonte sobrenatural que se revelou de cima, mas a revelação que ele nos deu é coerente e aplicável a vida. Apesar de alguns cristãos serem antiintelectuais e defenderem o antiintelectualismo, o cristianismo não é antiintelectual. Quando olhamos para a história da humanidade, percebemos que nenhuma outra visão de mundo fez mais para recomendar a vida intelectual e o crescimento no conhecimento científico e filosófico do que o cristianismo. Não foi o Budismo. Não foi o Ateísmo. Não foi o Islã. Essa é a história que precisa ser contada. Já existem muitos livros que apresentam, de forma inequívoca, a herança intelectual deixada pelo cristianismo, e uma das melhores fontes desse tipo de informação é um dos maiores sociólogos que existem, Rodney Stark, que já produziu uma infinidade de livros. Um dos mais recentes se chama “How the West Won: The Neglected Story of the Triumph of Modernity” (lançado em 2014). Nesse livro ele mostra que o principal motivo do triunfo do ocidente tanto na economia, quanto na cultura e na vida intelectual é o cristianismo. (você pode comprar e ler outros livros como “Deus é um monstro Moral?” do Paul Copan ou “E se Jesus não tivesse nascido?” do D. James Kennedy). Logo, está provado que ser cristão não é sinônimo de ser antiintelectual e não pode ser.