sábado, 20 de dezembro de 2025

Os Inimigos da Bíblia


Parte 4 “Acuse‑os do que você faz, xingue‑os do que você é”

Por Walson Sales 

A frase que dá título a este artigo — “Acuse‑os do que você faz, xingue‑os do que você é” — resume com precisão a estratégia dos críticos contemporâneos da fé cristã. Militantes como Sam Harris, Richard Dawkins e Christopher Hitchens (este já falecido) aplicam-na reiteradamente ao acusar a Bíblia e suas instituições de crimes que, na verdade, são cometidos por regimes laicos, totalitários e ateus.

Enquanto projetam a imagem de que a religião promove o mal, ignoram ou negam o legado de violência e genocídio imposto pelos regimes seculares do século XX. Neste artigo, expomos essa acusação invertida com contundência, revelando as falsas acusações e evidenciando os verdadeiros responsáveis pelos maiores horrores da história moderna.

1. A Religião como Inimiga da Paz: Uma Alegação Repetida

Militantes antirreligiosos sustentam que a fé é a origem da violência humana: Inquisição, caça às bruxas, e guerras ditas sagradas são frequentemente citadas. No entanto, conforme Hutchinson destaca, tais exemplos são inerentemente distorcidos. A Inquisição Espanhola, por exemplo, que durou cerca de 350 anos, executou entre 3.000 e 5.000 pessoas¹, não dezenas de milhares afirmados por retórica acrítica (\[roberthutchinson.com]\[1]). Já as bruxas perseguidas — segundo estimativa de Davies — foram cerca de 50 000 ao longo de quatro séculos.

É preciso ressaltar que os cristãos que praticaram perseguições e execuções por questões de heresia ou dissidência não estavam agindo com base nos ensinamentos centrais do cristianismo bíblico, muito menos dos evangelhos, que ensinam a amar os inimigos e a bendizer os que nos maldizem (cf. Mt 5:44). Tais ações representam interpretações pessoais, equivocadas e politicamente motivadas da tradição cristã, e não sua essência doutrinária ou moral.

Esses números, embora lamentáveis, são ínfimos comparados aos regimes secularistas do século XX.

2. Regimes Ateístas e Genocídios em Escala Militar

A investigação do cientista político Rudolph Rummel, professor da Universidade do Havaí, revelou que governos ateus conduziram a forma mais extensa de assassinatos institucionalizados na história — o que ele define como democídio — atingindo cerca de 148 milhões de vítimas entre 1917 e 1987([en.wikipedia.org][2]). Segundo valores ajustados:

URSS: \~ 61 milhões

China comunista: \~ 35 milhões (ajustado até 77 milhões incluindo Fome)([en.wikipedia.org][2])

Alemanha nazista: \~ 21 milhões

Camboja de Pol Pot: \~ 2 milhões

Outros regimes: Vietnã, Iugoslávia, Polônia, Turquia, México, entre outros([roberthutchinson.com][1])

Total aproximado: 170 milhões apenas entre regimes comunistas, socialistas e fascistas.

Para Rummel, esses números indicam que “o governo foi o mal mais fatal do século XX”([roberthutchinson.com][1]). Esse genocídio institucionalizado não ocorreu em nome de Deus, mas do Estado; não para purificar a religião, mas para extinguir todas as crenças.

3. A Projeção Invertida do Ativismo Ateísta

Harris e Dawkins tentam isentar o ateísmo dessas violações. Dawkins admite que regimes comunistas foram “ateus dogmáticos” e autores de genocídios, mas insiste que não foi “em nome do ateísmo”([raymondibrahim.com][3], [roberthutchinson.com][1]). Esta afirmação é insustentável: milhares foram assassinados precisamente por professarem a fé religiosa — em prisões, gulags, execuções em massa. Isso não é desvio: é genocídio ateísta explícito.

Christopher Hitchens, em Deus não é grande, ainda tenta redirecionar a culpa aos cristãos, alegando que poderiam ter parado Hitler ou Stalin. Ignora, com isso, que foram cristãos — como Bonhoeffer e muitos padres — que resistiram e foram mortos por isso. Ignora também que igrejas não eram forças instituídas, mas vítimas desses regimes.

4. A Discrepância Estatística Clarificadora

D’Souza é enfático: mesmo ajustando-se pelas diferenças populacionais, apenas 1% das mortes atribuídas à religião (Cruzadas, Inquisição, bruxaria) se comparam aos números causados por regimes ateus em poucas décadas.

A discrepância estatística é tão gritante que desmonta completamente a narrativa popular segundo a qual a religião seria a maior causadora de guerras e mortes. Dinesh D'Souza argumenta com clareza e precisão histórica:

“A matança inspirada pela religião simplesmente não pode competir com os assassinatos cometidos por regimes ateístas. Reconheço que os níveis populacionais eram muito mais baixos no passado e que é muito mais fácil matar pessoas, hoje, com armas sofisticadas, do que era nos séculos passados, com espadas e flechas. Mesmo levando em conta os maiores níveis populacionais, a violência ateísta supera a violência religiosa em termos incríveis de proporção. Aqui está um cálculo aproximado. A população mundial, que era de aproximadamente quinhentos milhões em 1450 d.C., tornou-se cinco vezes maior em 1950, chegando a 2,5 bilhões. Somadas, as Cruzadas, a Inquisição e a queima de bruxas mataram aproximadamente duzentas mil pessoas. Ajustando esse número ao aumento da população, temos, hoje, o equivalente a um milhão de mortes. Mesmo assim, essas mortes causadas por governantes cristãos ao longo de um período de quinhentos anos correspondem apenas a 1% das mortes causadas por Stalin, Hitler e Mao no espaço de algumas décadas.”¹

Essa comparação não visa relativizar erros cometidos em nome da religião — que, em muitos casos, foram desvios conscientes dos princípios bíblicos —, mas sim estabelecer uma perspectiva honesta dos fatos históricos. Os regimes ateus do século XX não mataram apenas mais — mataram sistematicamente, com aparato estatal, com planejamento ideológico e com total desprezo pelo valor intrínseco da vida humana.

Enquanto os evangelhos pregam o amor ao próximo e a dignidade de cada ser humano como imagem de Deus, os regimes ateus institucionalizaram o desprezo à transcendência e substituíram o conceito de pecado por dissidência política, cuja punição era o fuzilamento ou o campo de trabalho forçado. A cosmovisão ateísta, ao rejeitar fundamentos morais objetivos e a prestação de contas a um Deus santo, abriu caminho para a barbárie planejada e justificada pelo Estado.

Geisler e Turek demonstram em Não tenho fé suficiente para ser ateu que o Cristianismo promoveu a dignidade, hospitalidade, hospitalidade e os direitos humanos — elementos fundamentais da civilização ocidental. Rodney Stark, em O Triunfo da Razão, expõe a fé cristã como raiz de universidades, hospitais, ciência e liberdade individual. Por contraste, o ateísmo estatal implantou tortura, fome, prisões e genocídio. Inclusive, desafio qualquer um a mostrar na história, o advento de um hospital ou orfanato ateu. Isso não existe!

5. O Legado Heroico da Resistência Cristã

Enquanto a máquina de governo exterminava aqueles que acreditavam, muitos homens e mulheres de fé ergueram-se contra isso. Desde padres que enterravam vítimas clandestinamente até comunidades inteiras que escondiam crentes, a resistência cristã viveu — e muitos foram mártires.

Esse legado evidencia que o Cristianismo não é um obstáculo moral ou social, mas a base que muitos buscaram quando Era preciso agir com amor, justiça e coragem contra o totalitarismo secular.

Conclusão

A frase “Acuse-os do que você faz, xingue-os do que você é” nunca foi tão apropriada. Os críticos contemporâneos do Cristianismo projetam nele ações que foram executadas sistematicamente por regimes seculares.

Não apenas apelam ao revisionismo histórico, mas buscam turbinar o secularismo como utopia moral. No entanto, os números — seja da Inquisição, seja dos regimes comunistas — não mentem. O genocídio planejado e institucionalizado dos regimes ateus do século XX representa o ápice do horror humano — enquanto o Cristianismo, apesar de alguns líderes falhos, que se afastaram dos valores cristãos, foi a força motora da compaixão, progresso e liberdade.

Essa confrontação histórica não é apenas intelectual: é moral. Exigir que o Cristianismo pague pelos crimes do ateísmo institucional é invertê-los conscientemente. A apologética cristã permanece firme: a fé é testemunho de amor, liberdade e dignidade — não projeto de morte.

Bibliografia utilizada e sugerida

D’SOUZA, Dinesh. A verdade sobre o Cristianismo: Por que a religião criada por Jesus é moderna, fascinante e inquestionável. Tradução Valéria Lamim Delgado Fernandes. Rio de Janeiro: Thomas Nelson Brasil, 2008.

GEISLER, Norman. Enciclopédia de apologética. São Paulo: Vida, 2002.

GEISLER, Norman; TUREK, Frank. Não tenho fé suficiente para ser ateu. São Paulo: Vida, 2008.

HITCHENS, Peter. The Rage Against God: how atheism led me to faith. Grand Rapids, Michigan: Zondervan, 2010.

HUTCHINSON, Robert J. Uma história politicamente incorreta da Bíblia. Tradução Fabíola Moura. Rio de Janeiro: Agir, 2012.

KENNEDY, D. James; NEWCOMBE, Jerry. E se Jesus não tivesse nascido? Tradução James Monteiro dos Reis; Maura Nasseti. São Paulo: Editora Vida, 2003.

RUMMEL, R. J. “Power Kills” & Lethal Politics: Soviet Genocide and Mass Murder since 1917. Dados estatísticos sobre democídio e regimes totalitários.

STARK, Rodney. A Vitória da Razão: Como o Cristianismo Levou à Liberdade, ao Capitalismo e ao Sucesso do Ocidente. São Paulo: LVM Editora, 2004

[1]: https://roberthutchinson.com/atheist-crusaders-misrepresent-both-history-and-science-in-their-denunciations-of-the-bible/?utm_source=chatgpt.com "Atheist Crusaders Misrepresent Both History and Science in their Denunciations of the Bible - Robert J. Hutchinson"

[2]: https://en.wikipedia.org/wiki/Democide?utm_source=chatgpt.com "Democide"

[3]:https://www.raymondibrahim.com/2013/04/24/the-forgotten-genocide-why-it-matters-today/?utm_source=chatgpt.com "The Forgotten Genocide: Why It Matters Today"

quinta-feira, 18 de dezembro de 2025

Os Inimigos da Bíblia – Parte 3


Apenas Acusações Infundadas, Desinformações e Fake News

Por Walson Sales

A religião cristã, especialmente em sua expressão bíblica, tem sido alvo de um ataque sistemático promovido por intelectuais, jornalistas, acadêmicos e ativistas que militam no campo do chamado “secularismo fundamentalista”. O que se vê hoje não é apenas um ceticismo saudável ou um questionamento construtivo, mas uma cruzada ideológica — com requintes de intolerância — contra a fé cristã, sua moral e sua influência cultural.

Neste artigo, analisaremos os argumentos de figuras como Robert Reich, Richard Dawkins, Sam Harris, Timothy Shortell, entre outros, desnudando a fragilidade lógica de suas acusações contra o Cristianismo. Em resposta, apresentaremos uma defesa apologética robusta baseada em autores como Norman Geisler, Frank Turek, Dinesh D'Souza, D. James Kennedy e Rodney Stark. Mostraremos que os ataques ao Cristianismo são carregados de preconceitos ideológicos, desinformação histórica e uma negação das evidências que sustentam a contribuição civilizacional da fé cristã.

1. O Fundamentalismo Secular: Uma Nova Intolerância Religiosa

O termo “fundamentalismo secular” designa a atitude de grupos que, em nome da razão, ciência e progresso, atacam com violência retórica (e às vezes institucional) toda e qualquer expressão de fé religiosa, especialmente o Cristianismo. A ironia é que essa postura não difere em nada daquilo que eles acusam nos crentes: dogmatismo, intolerância, irracionalidade e autoritarismo.

Robert Reich, ex-secretário do trabalho dos EUA, declara que a fé religiosa constitui o maior perigo do século XXI. Sua crítica, todavia, revela um preconceito sociológico mais do que um argumento racional. A crença religiosa, segundo ele, seria uma forma de obediência cega e obstáculo à modernidade. No entanto, como Dinesh D’Souza responde em A Verdade sobre o Cristianismo, a religião não é inimiga da modernidade; ela, na verdade, moldou as bases que tornaram a modernidade possível — o conceito de pessoa, os direitos humanos, a dignidade intrínseca do ser humano, a ciência moderna e a liberdade.

Reich ignora que a esmagadora maioria da população mundial declara alguma fé religiosa — mais de 5,8 bilhões de pessoas. Assim, quem sustenta que a religião é um “mal” a ser eliminado assume, logicamente, que mais de 80% da humanidade é uma ameaça, o que é, por si só, um delírio autoritário.

2. O Argumento da Religião como Fonte de Violência: Uma Falsa Correlação

Timothy Shortell, professor do Brooklyn College, vincula diretamente fé religiosa a comportamentos violentos. Segundo ele, "toda fé é obsessiva", “todas as religiões fomentam guerra santa” e seus adeptos são "retardados morais".

Trata-se de um espantalho filosófico: atacar uma caricatura da religião como se fosse o próprio Cristianismo. Em resposta, a *Enciclopédia de Apologética* de Norman Geisler nos ensina que grande parte das guerras que marcaram a história da humanidade, inclusive os genocídios do século XX (como o nazismo, o comunismo soviético e o maoísmo), foram causados por regimes antirreligiosos ou abertamente ateus. A tese de que a religião causa guerras falha estatisticamente: menos de 7% dos conflitos têm motivação religiosa.

Além disso, o Cristianismo bíblico ensina o amor ao próximo, o perdão e a reconciliação (Mateus 5:44; Romanos 12:18). Acusar os cristãos de promoverem a violência como princípio religioso é um erro histórico e teológico. A Bíblia condena a violência motivada por ódio ou interesse político, inclusive dentro de sua própria história narrativa.

3. A Farsa da Equivalência Moral: Madre Teresa = Bin Laden?

Outra estratégia retórica dos inimigos da fé é a generalização indevida. A crítica que iguala Madre Teresa de Calcutá a Osama Bin Laden — como fazem Andrew Sullivan e Sam Harris — é intelectualmente desonesta e eticamente ofensiva.

Essa equivalência moral é um tipo de non sequitur: a conclusão não decorre logicamente das premissas. O fato de alguém cometer atos violentos em nome da religião não significa que toda religião leva à violência. Sam Harris, em Carta a uma Nação Cristã, propõe que o simples fato de alguém se opor a pesquisas com embriões humanos já o torna eticamente comparável a um extremista terrorista. Ora, isso não é ciência, nem filosofia — é propaganda.

Kennedy e Newcombe, em E se Jesus não tivesse nascido?, mostram que as maiores contribuições à caridade, aos hospitais, universidades, abolição da escravidão e proteção à dignidade humana vieram do Cristianismo. A equivalência entre cristãos e terroristas islâmicos ignora essas contribuições fundamentais.

4. A Redução da Religião à Moral Sexual: Um Ataque Previsível

Segundo os fundamentalistas seculares, o problema real da religião não é a irracionalidade, mas sua moral sexual restritiva. O libertino Marquês de Sade, citado por Hutchinson, defendia a abolição de qualquer limitação moral sobre o sexo. Dawkins e Harris seguem essa linha ao classificar os cristãos como “atrasados” por sustentarem valores morais tradicionais.

Mas o argumento contra a moral cristã parte de uma base hedonista: o prazer como bem supremo. O problema é que o hedonismo não fornece base objetiva para qualquer moralidade. Se não há Deus, qualquer comportamento é justificável desde que desejado. Como disse Dostoiévski: “Se Deus não existe, tudo é permitido”.

A moral cristã não é repressiva: é protetiva. Ela resguarda a dignidade humana, a fidelidade, o cuidado com o corpo e o respeito mútuo. A banalização do sexo, incentivada pelo secularismo, está ligada ao aumento da promiscuidade, doenças sexualmente transmissíveis, gravidez precoce e degradação da família — dados confirmados por estudos sociológicos de Rodney Stark em A Vitória da Razão.

5. Ciência Versus Fé? Um Falso Dilema

Dawkins e Harris opõem ciência e fé como se fossem mutuamente excludentes. Esse é um dos maiores mitos do novo ateísmo. Em I Don't Have Enough Faith to Be an Atheist, Geisler e Turek demonstram que os fundadores da ciência moderna — Newton, Kepler, Boyle, Pascal — eram cristãos convictos. Eles não viam a fé como obstáculo à ciência, mas como sua base.

O argumento de que “a fé é inimiga da razão” é, ele mesmo, irracional. A fé cristã é uma resposta racional a evidências históricas, filosóficas e científicas. A própria Bíblia diz: “Sempre preparados para responder com mansidão e temor a todo aquele que vos pedir razão da esperança que há em vós” (1 Pedro 3:15). O Cristianismo é racional porque corresponde à realidade — e não porque evita o debate.

6. O Projeto Totalitário do Ateísmo Militante

A proposta de Sam Harris de banir a religião da esfera pública e eliminar a tolerância é, paradoxalmente, o ápice da intolerância. O discurso do “mundo livre de religião” ressoa como os regimes totalitários do século XX. Como Peter Hitchens afirma em The Rage Against God, foi justamente o ateísmo institucionalizado que produziu os maiores horrores da história (tema do próximo artigo da série).

Os apologistas cristãos estão certos em afirmar que o Cristianismo verdadeiro promove liberdade e responsabilidade moral. É ele que garante o valor da consciência individual, o direito de crer e o dever de amar. O Estado laico moderno só é possível porque foi criado por uma cultura que absorveu profundamente os princípios judaico-cristãos.

Conclusão: A Vitória da Verdade Sobre a Ideologia

As acusações contra o Cristianismo, conforme apresentadas pelos “fundamentalistas seculares”, carecem de coerência lógica, base factual e honestidade intelectual. São ataques ideológicos disfarçados de crítica racional. O que está em jogo não é apenas uma discordância, mas uma tentativa explícita de apagar o Cristianismo da memória e da cultura ocidental.

Contudo, como já provado por estudiosos e confirmado pela história, a fé cristã continua sendo a maior força civilizatória, moral e intelectual do mundo. Ela não deve ser escondida, mas proclamada com coragem, razão e mansidão.

A Bíblia é, sim, alvo de muitos ataques. Mas ela permanece. Como disse Jesus: “O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não hão de passar” (Mateus 24:35).

Bibliografia utilizada e sugerida:

D’SOUZA, Dinesh. A verdade sobre o Cristianismo: Por que a religião criada por Jesus é moderna, fascinante e inquestionável. Tradução Valéria Lamim Delgado Fernandes. Rio de Janeiro: Thomas Nelson Brasil, 2008.

GEISLER, Norman L. Enciclopédia de Apologética. São Paulo: Hagnos, 2002.

GEISLER, Norman; TUREK, Frank. Não tenho fé suficiente para ser ateu. São Paulo: Vida, 2008.

HITCHENS, Peter. The Rage Against God: how atheism led me to faith. Grand Rapids, Michigan: Zondervan, 2010.

HUTCHINSON, Robert J. Uma história politicamente incorreta da Bíblia. Tradução Fabíola Moura. Rio de Janeiro: Agir, 2012.

KENNEDY, D. James; NEWCOMBE, Jerry. E se Jesus não tivesse nascido?. Tradução James Monteiro dos Reis; Maura Nasseti. São Paulo: Editora Vida, 2003.

STARK, Rodney. A Vitória da Razão: Como o Cristianismo Criou a Liberdade, o Capitalismo e o Sucesso do Ocidente. São Paulo: Record, 2007.

O Maior Judeu de Todos os Tempos


Um devocional sobre a singularidade histórica e eterna de Jesus Cristo

Por Walson Sales

Há mais de dois mil anos, nasceu na periferia do mundo um homem cuja chegada dividiu a história em antes e depois. Veio ao mundo sem honrarias humanas, sem lugar nas hospedarias, repousando em uma simples manjedoura (Lucas 2:7). Não houve cortejo real, mas uma hoste de anjos o anunciou a pastores nos campos de Belém (Lucas 2:8-14). Este homem é Jesus de Nazaré, o maior Judeu de todos os tempos.

Ele nasceu contra todas as probabilidades naturais: de uma virgem (Mateus 1:23), em uma vila obscura, no seio de uma família humilde. Viveu na pobreza e foi criado longe dos centros culturais de sua época. Não cursou escolas rabínicas. Seus pais não gozavam de prestígio social ou intelectual, mas era sobre ele que repousava o Espírito de Deus desde o ventre (Lucas 1:35).

Mesmo em sua infância, Jesus causou alvoroço. Herodes, o rei, tremeu diante da possibilidade do nascimento do "Rei dos judeus" (Mateus 2:3). Doutores e sábios foram surpreendidos pela sabedoria do menino de apenas doze anos no templo (Lucas 2:46-47). Ao chegar à idade adulta, Jesus desafiou a ordem natural das coisas. Andou sobre as águas (Mateus 14:25), acalmou o mar com uma palavra (Marcos 4:39) e ressuscitou mortos (João 11:43-44).

Ele nunca frequentou uma universidade, mas proferiu ensinos que moldaram civilizações inteiras. Suas palavras tinham poder e autoridade (Mateus 7:28-29); seus sermões tornaram-se fundamento ético para nações. Andava como homem, mas falava como Deus. Quando dizia "Eu sou", evocava o nome santo revelado a Moisés no deserto (Êxodo 3:14; João 8:58).

Seus atos eram milagrosos. Transformou água em vinho (João 2:9), multiplicou pães e peixes (Mateus 14:19-21), curou leprosos (Lucas 17:14), devolveu visão a cegos (João 9:7) e deu esperança a pecadores. E fez tudo isso sem nunca cobrar nada — sua graça era gratuita, seu amor incondicional.

Nunca escreveu um livro, mas as bibliotecas do mundo não poderiam conter os volumes que já foram escritos sobre sua vida, seus feitos, seus ensinos. Não compôs um hino, mas milhões de músicas foram inspiradas por ele. Nunca fundou uma escola, mas é o centro do currículo das maiores universidades do planeta.

Jesus não liderou um exército, não comandou pelotões, não usou armas. E, ainda assim, transformou rebeldes em servos, criminosos em mártires, ovelhas desgarradas em pastores de almas. Os maiores impérios tremeram diante do avanço silencioso do seu Reino — que não vem com aparência exterior (Lucas 17:20-21), mas cresce no coração dos homens.

Comparado às figuras mais proeminentes de Israel, Ele é inigualável:

Maior que Moisés, pois não apenas libertou do Egito, mas salvou da morte eterna (João 8:36).

Maior que Arão, pois ofereceu um sacrifício eterno e eficaz (Hebreus 9:12).

Maior que Davi, pois é o Rei eterno sobre um Reino que jamais terá fim (Lucas 1:32-33).

Maior que Salomão, pois em Jesus estão ocultos todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento (Colossenses 2:3).

Jesus nunca praticou psiquiatria, mas trouxe cura a corações despedaçados (Isaías 61:1). Sua presença acalma tormentas internas e sara feridas emocionais profundas. Ele é o Médico dos médicos (Mateus 9:12).

A cada semana, bilhões de pessoas interrompem suas atividades para adorá-lo. Igrejas erguem louvores a Ele. Famílias se reúnem em torno de sua Palavra. Multidões oram em seu nome. Sua cruz, escândalo para uns e loucura para outros (1 Coríntios 1:23), é para nós poder de Deus.

Os impérios que zombaram dele desapareceram. Governantes que tentaram apagar seu nome foram esquecidos. Cientistas, filósofos e críticos vieram e se foram. Mas o nome de Jesus permanece — mais forte, mais amado, mais proclamado. O tempo, longe de apagá-lo, apenas fez resplandecer ainda mais a sua glória.

Como escreveu James Allan Francis:

 “Todos os exércitos que já marcharam, todas as frotas navais que já navegaram, todos os parlamentos que já existiram e todos os reis que já reinaram, colocados juntos, não influenciaram a vida do homem como essa vida solitária.”

Herodes não pôde matá-lo. O sepulcro não pôde contê-lo. O inferno não pôde vencê-lo. Ele ressuscitou ao terceiro dia, conforme as Escrituras (1 Coríntios 15:4). E hoje vive, intercedendo por nós à direita do Pai (Hebreus 7:25).

Ele é o Alfa e o Ômega, o Príncipe da Paz, o Leão da tribo de Judá, o Cordeiro de Deus. Foi proclamado pelo Pai, reconhecido pelos anjos, adorado pelos santos e temido pelos demônios.

Neste exato momento, Ele está olhando para você — com olhos de amor, braços estendidos, pronto para salvar (Isaías 45:22).

Sim, Jesus de Nazaré é o maior Judeu de todos os tempos.

E Ele quer ser também o Senhor do seu tempo, da sua vida, da sua eternidade.

Referências e leituras sugeridas:

Bíblia Sagrada. Traduções recomendadas: ARA, NVI, ARC.

Francis, James Allan. The Real Jesus and Other Sermons. Philadelphia: The Judson Press, 1926.

Kennedy, D. James; Newcombe, Jerry. E se Jesus não tivesse nascido? São Paulo: Editora Vida, 2003.