sexta-feira, 14 de junho de 2019

Muçulmanos usam a Bíblia pra tentar provar que Muhammad foi um verdadeiro profeta de Deus, mas isso é falso por várias razões

Em um livro muçulmano muito popular, intitulado “Muhammad in the Bible”, Abdu'l-Ahad Dawud argumenta que a Bíblia prediz a vinda do profeta Muhammad. Ele afirma que "Muhammad é o verdadeiro objeto da Aliança e nele, e só nele, estão cumpridas literalmente todas as profecias do Antigo Testamento". Do mesmo modo, do Novo Testamento, ele insiste que "é absolutamente impossível chegar a verdade, a verdadeira religião, a partir desses Evangelhos, a menos que sejam lidos e examinados sob um ponto de vista islâmico e unitário". Ele então examina o Novo Testamento, encontrando Muhammad, e não Cristo, como o profeta predito. Examinemos os textos que Dawud e outros muçulmanos usam para sustentar essas afirmações.
Deuteronômio 18: 15-18. Deus prometeu a Moisés:

"O Senhor teu Deus te levantará um profeta do meio de ti, de teus irmãos [Israel], como eu; a ele ouvireis; 
Conforme a tudo o que pediste ao Senhor teu Deus em Horebe, no dia da assembléia, dizendo: Não ouvirei mais a voz do Senhor teu Deus, nem mais verei este grande fogo, para que não morra. Então o Senhor me disse: Falaram bem naquilo que disseram. Eis lhes suscitarei um profeta do meio de seus irmãos [entre os filhos de Israel], como tu, e porei as minhas palavras na sua boca, e ele lhes falará tudo o que eu lhe ordenar.”

Os muçulmanos acreditam que esta profecia é cumprida em Muhammad, como o Alcorão alega quando se refere ao "Profeta iletrado (Muhammad), a quem eles encontram mencionado na sua própria Escritura, na Lei e nos Evangelhos" (7: 157) .
No entanto, essa profecia não poderia ser uma referência a Muhammad por várias razões. Primeiro, é claro que o termo "irmãos" significa “irmãos” israelitas. Pois aos levitas judeus foi dito na mesma passagem que "eles não terão herança entre os seus irmãos" (v. 2).
Em segundo lugar, uma vez que o termo "irmãos" se refere a Israel, não a seus antagonistas árabes, por que Deus levantaria para Israel um profeta de entre os seus inimigos?
Terceiro, em outro lugar deste livro, o termo "irmãos" também significa “irmãos” israelitas, não estrangeiros. Deus disse aos judeus que escolhessem um rei "dentre seus irmãos", não um "estrangeiro" (Deuteronômio 17:15). Israel nunca escolheu um rei não-judeu.
Quarto, Muhammad veio de Ismael, como até mesmo os muçulmanos admitem, e os herdeiros do trono judeu veio de Isaac. De acordo com a Torá, quando Abraão orou: "Oh, que Ismael viva diante de Ti!" Deus respondeu enfaticamente: "A minha aliança, porém, estabelecerei com Isaque, o qual Sara dará à luz neste tempo determinado, no ano seguinte" (Gênesis 17:21). Mais tarde, Deus repetiu: "Em Isaque será chamada a tua descendência" (Gênesis 21:12).
Em quinto lugar, o próprio Alcorão afirma que a linhagem profética veio através de Isaac e não de Ismael: "E nós lhe concedemos Isaque e Jacó, estabelecemos a profecia e a Escritura entre a sua descendência" (29:27). O erudito muçulmano Yusuf Ali acrescenta a palavra "Abraão" e muda o significado da seguinte forma: "Demos (Abraão) Isaque e Jacó e ordenamos Sua descendência profética e Revelação". Ao acrescentar Abraão, o pai de Ismael, ele pode incluir Muhammad, um descendente de Ismael, na linha profética! Mas o nome de Abraão não é encontrado no texto árabe do Alcorão, que os muçulmanos consideram perfeitamente preservado. [Nota do tradutor: Geisler está certo. Em nenhuma das três traduções para o português o nome de Abraão é encontrado, cujos tradutores são – Mansour Challita, Helmi Nasr, Samir El Hayek].
Sexto, de acordo com os primeiros documentos autênticos, Jesus, não Muhammad, cumpriu completamente este versículo, já que ele era de entre os seus irmãos, os judeus (Gálatas 4: 4). Ele também cumpriu Deuteronômio 18:18 perfeitamente: "e ele lhes falará tudo o que eu [Deus] lhe ordenar." Jesus disse: "e que nada faço por mim mesmo; mas isto falo como meu Pai me ensinou."(João 8:28). E, "Porque eu não tenho falado de mim mesmo; mas o Pai, que me enviou, ele me deu mandamento sobre o que hei de dizer e sobre o que hei de falar."(João 12:49). Ele chamou a si mesmo de "profeta" (Lucas 13:33), e o povo o considerava um profeta (Mateus 21:11, Lucas 7:16, 24:19, João 4:19, 6:14, 7:40; 9:17). Como Filho de Deus, Jesus era profeta (falando aos homens para Deus), sacerdote (Hebreus 7-10, falando para Deus aos homens) e rei (reinando sobre os homens para Deus, Apocalipse 19-20).
Por fim, existem outras características do "Profeta" que virá que se encaixam somente em Jesus, não em Maomé. Estas incluem coisas como falar com Deus "face a face" e executar "sinais e maravilhas", que no Alcorão Muhammad admitiu que não realizou.

Fonte:
Geisler, N.L; Saleeb, A. Answering Islam: the crescent in light of the cross (2nd ed.). Grand Rapids, MI: Baker Books, pp. 152-154).

Tradução Walson Sales.

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