A doutrina do Pecado Original

Cristianismo x Islamismo

Um dos principais ensinos no cristianismo se chama doutrina do Pecado Original, essa doutrina se torna de suma importância para o cristianismo, pois, a amplitude de três outras doutrinas: a de Deus; a do pecado e a da redenção, mas o que quer dizer Pecado Original?

A Bíblia Sagrada está repleta de textos que testemunham a pecaminosidade universal dos homens (Sl 14.3; 1Rs 8.46; Pv 20.9), mas o que quer dizer isso? Strong, em sua teologia sistemática nos diz que “pecado é a fala de conformidade com a lei moral de Deus quer em ato, disposição ou estado”. Quando falamos em Pecado original é justamente sobre o estado que o homem se encontra, ou seja, o homem não é pecador porque peca, e sim peca porque é pecador, o pecado é uma consequência do estado que ele se encontra, mas de onde surgiu esse estado do homem?

A Bíblia Sagrada relata que Deus criou todas as coisas conforme a Sua palavra e o homem conforme a sua imagem (Gn 1) e após a criação do homem Deus mantinha um relacionamento íntimo com o homem (Gn 3.8), entretanto, o homem decidiu desobedecer a uma ordem direta de Deus (Gn 2.16,17; 3.6), assim, se rebelou contra Deus trazendo a separação da comunhão que tinha com Deus (Gn 3.22-24) e, como consequência, a morte. O Apóstolo Paulo explica que: “...da mesma forma como o pecado ingressou no mundo por meio d um homem, pelo pecado a morte foi legada a todos os seres humanos, porquanto todos pecaram” (Rm 5.12 KJA), portanto, concordamos que: Por pecado original entendemos que se trata do pecado herdado de nossos primeiros pais, Adão e Eva, o qual passou a toda a criatura humana. Esse pecado não são os pecados cometidos individualmente, mas foi uma herança e a prova bíblica disso é que a morte, como punição do pecado original passou a ter um caráter universal.

Com isso, a humanidade passou a ser culpada em Adão, e essa culpa leva ao transgressor a ser conscientizado, quer seja pela lei ou pela consciência de que essa culpa exige uma expiação para que seja perdoado. Deus mesmo proveu essa expiação “...Deus comprova seu amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido em nosso benefício quando ainda andávamos no pecado”. “Pois, se pela transgressão de um só homem, a morte reinou por meio desse, muito mais os que recebem da transbordante visão da graça, e do dom da justiça, reinarão em vida por intermédio de um único homem: Jesus Cristo!” (Rm 5.8;17 KJA).

Para os Islã, não existe pecado original. O Alcorão mostra toda a criação de Deus (Allah) mas não afirma algumas coisas que para o cristianismo é fundamental, tais como: o homem foi criado a imagem e semelhança de Deus (Gn 1.26); Que a desobediência de Adão trouxe consequências para toda a humanidade (Rm 5.17) e consequentemente o homem não precisa de uma redenção.

O Alcorão cita o fracasso moral de Adão no paraíso, mas que esse pecado afetou somente a eles mesmos (Surata 7:23) e consequentemente, não atingiu toda a humanidade, portanto, o pecado de Adão não atrapalha ou destrói o relacionamento dos homens com Deus. Os muçulmanos creem que seus próprios pecados não afrontam a Allah, mas a eles mesmos, por isso não há a necessidade de confessar e abandonar o pecado (Surata 2.54;57; 3.117;135). O pecado não significa rebelião contra Allah, mas apenas ‘transgressão” ou “ofensa” (Surata 2.26)

Uma vez que não existiu um relacionamento anterior íntimo entre o homem e Allah, logo, o pecado não separa o homem de Allah.

Percebe a diferença? Para o Cristianismo o homem é pecador, por isso, está separado a comunhão com Deus e carece de um Redentor que consiga re-estabelecer essa comunhão, a saber, Jesus Cristo. Para o Islamismo, o homem não é pecador, o seu pecado não é rebelião contra Deus e, consequentemente não carecem de um Redentor. Enquanto os muçulmanos não reconhecerem que são pecadores e que o pecado é como rebelião contra Deus, não há motivo para o arrependimento, nem confissão, nem abandono, nem a carência de um Redentor, portanto, não há pra quê reconhecer que Jesus veio para fazer essa tarefa. E sabe com quem Deus conta? COM VOCÊ!

Por Rafael Félix.