domingo, 4 de abril de 2021

Série objeções ao Cristianismo: "A Punição infinita no inferno para crimes finitos é injusta"


Por Chad Meister

 

Recebi um texto atencioso de um irmão em Cristo que estava lutando com algumas perguntas sobre o inferno. A pergunta que ele fez foi mais ou menos assim: "Por que Deus puniria as pessoas por toda a eternidade por uma quantidade finita de pecados?" Achei que essa era uma ótima pergunta e apresentei a ele algumas ideias próprias e alguns recursos adicionais que ele poderia usar para pesquisar o problema mais profundamente. Eu quero fazer o mesmo aqui.

Antes de considerar a duração do inferno, vamos ter certeza de que temos clareza de qual é a natureza do inferno. À simples menção da palavra inferno, alguns evocavam imagens do Inferno de Dante ou ideias medievais de tortura. O inferno não é um lugar assim. Como teólogo R.C. Sproul explica:

 

"Quase todo o ensino bíblico sobre o inferno vem dos lábios de Jesus. É essa doutrina, talvez mais do que qualquer outra, que coloca tensões até mesmo na lealdade do Cristão ao ensino de Cristo. Os Cristãos modernos têm forçado até os limites para minimizar o inferno em uma tentativa forçadade contornar ou suavizar o próprio ensino de Jesus. A Bíblia descreve o inferno como um lugar de trevas exteriores, um lago de fogo, um lugar de choro e ranger de dentes, um lugar de separação eterna das bênçãos de Deus, uma prisão, um lugar de tormento onde o verme nunca morre. Essas imagens fortes de castigo eterno provocam a questão, devemos interpretar essas descrições ao pé da letra ou são apenas símbolos?

Suspeito que sejam símbolos, mas não encontro alívio nessa interpretação. Não devemos pensar nessas imagens como meros símbolos. É provável que o pecador no inferno prefira um lago de fogo literal como sua morada eterna à realidade do inferno representada na imagem do lago de fogo. Se essas imagens são de fato símbolos, devemos concluir que a realidade é pior do que o símbolo sugere. A função dos símbolos é apontar além de si mesmos para um estado de realidade mais elevado ou mais intenso do que o próprio símbolo pode representar. O fato de Jesus ter usado os símbolos mais terríveis que se possa imaginar para descrever o inferno não é consolo para aqueles que os vêem simplesmente como símbolos."[1]

 

Claro, o cético pode perguntar: "Como Deus pode ser tão cruel?" Sproul mais uma vez é instrutivo:

 

"Não importa como analisemos o conceito de inferno, muitas vezes nos parece um lugar de punição cruel e incomum. Se, no entanto, pudermos nos confortar com o conceito de inferno, podemos aceitá-lo com plena certeza de que não haverá nenhuma crueldade lá. É impossível que Deus seja cruel. A crueldade envolve infligir uma punição que é mais severa ou dura do que o crime. A crueldade neste sentido é injusta. Deus é incapaz de infligir uma punição injusta. O Juiz de todos na terra certamente fará o que é certo. Nenhuma pessoa inocente sofrerá em Suas mãos."[2]

 

Portanto, temos boas razões para concluir que a punição experimentada pelo pecador no inferno será justa, mas isso nos traz de volta à nossa pergunta original: Por que Deus puniria as pessoas por toda a eternidade por uma quantidade finita de pecados?

Vamos considerar algumas respostas possíveis.

 

1. A gravidade do crime determina a duração da punição, não o tempo que levou para cometer o crime. Um estupro pode levar três minutos para ser cometido, mas a punição certamente deve ser superior a três minutos.

2. Os crimes contra o Ser infinito e eterno são os mais graves e podem exigir punição eterna. O escritor J. Warner Wallace explica:

 

"... é importante lembrar a natureza do crime que eventualmente leva alguém para o Inferno. Não é o fato de você ter chutado seu cachorro em 1992. Não é o fato de você ter pensamentos ruins sobre seu professor em 1983. O crime que nos rende um lugar no Inferno é a nossa rejeição do Deus verdadeiro, vivo e eterno. A rejeição do perdão de Deus não é finita. As pessoas que rejeitam Jesus o rejeitaram completamente. Elas O rejeitaram como uma decisão mortal definitiva. Deus tem o direito (e obrigação) de julgá-los com uma punição apropriada. Argumentar que a punição de Deus não se ajusta ao nosso crime é subestimar nosso crime."[3]

 

3. As pessoas continuam a pecar no inferno (são pecadoras); portanto, a punição continua. Como disse um escritor: "Os não salvos não pecam apenas por 70, 80, 90 ou 100 anos. Eles pecam por toda a eternidade."[4]

 

Deus não é apenas misericordioso, mas também um juiz justo. Ele não pode violar Sua própria natureza e deixar o pecado ficar impune. No entanto, por causa da misericórdia de Deus, Ele criou uma maneira de passarmos a eternidade com Ele, ao enviar Jesus - a prova definitiva de Seu amor e misericórdia.

 

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Fonte:

 

http://truthbomb.blogspot.com/2017/01/common-objection-33-infinite-punishment.html

 

Tradução Walson Sales

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Notas:

 

[1]. R.C. Sproul, What is Hell?, Jun. 20, 2014.

[2]. Ibid.

[3]. J. Warner Wallace,Why Would God Punish Finite, Temporal Crimes in an Eternal Hell?, Sept. 17, 2013.

[4]. gotQuestions.org,How is an eternity in hell a just punishment for only a human lifetime of sin?

 

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