Por
Chad Meister
Recebi
um texto atencioso de um irmão em Cristo que estava lutando com algumas
perguntas sobre o inferno. A pergunta que ele fez foi mais ou menos assim:
"Por que Deus puniria as pessoas por toda a eternidade por uma quantidade
finita de pecados?" Achei que essa era uma ótima pergunta e apresentei a
ele algumas ideias próprias e alguns recursos adicionais que ele poderia usar
para pesquisar o problema mais profundamente. Eu quero fazer o mesmo aqui.
Antes
de considerar a duração do inferno, vamos ter certeza de que temos clareza de
qual é a natureza do inferno. À simples menção da palavra inferno, alguns
evocavam imagens do Inferno de Dante ou ideias medievais de tortura. O inferno
não é um lugar assim. Como teólogo R.C. Sproul explica:
"Quase
todo o ensino bíblico sobre o inferno vem dos lábios de Jesus. É essa doutrina,
talvez mais do que qualquer outra, que coloca tensões até mesmo na lealdade do Cristão
ao ensino de Cristo. Os Cristãos modernos têm forçado até os limites para
minimizar o inferno em uma tentativa forçadade contornar ou suavizar o próprio
ensino de Jesus. A Bíblia descreve o inferno como um lugar de trevas
exteriores, um lago de fogo, um lugar de choro e ranger de dentes, um lugar de
separação eterna das bênçãos de Deus, uma prisão, um lugar de tormento onde o
verme nunca morre. Essas imagens fortes de castigo eterno provocam a questão,
devemos interpretar essas descrições ao pé da letra ou são apenas símbolos?
Suspeito
que sejam símbolos, mas não encontro alívio nessa interpretação. Não devemos
pensar nessas imagens como meros símbolos. É provável que o pecador no inferno
prefira um lago de fogo literal como sua morada eterna à realidade do inferno
representada na imagem do lago de fogo. Se essas imagens são de fato símbolos,
devemos concluir que a realidade é pior do que o símbolo sugere. A função dos
símbolos é apontar além de si mesmos para um estado de realidade mais elevado
ou mais intenso do que o próprio símbolo pode representar. O fato de Jesus ter
usado os símbolos mais terríveis que se possa imaginar para descrever o inferno
não é consolo para aqueles que os vêem simplesmente como símbolos."[1]
Claro,
o cético pode perguntar: "Como Deus pode ser tão cruel?" Sproul mais
uma vez é instrutivo:
"Não
importa como analisemos o conceito de inferno, muitas vezes nos parece um lugar
de punição cruel e incomum. Se, no entanto, pudermos nos confortar com o
conceito de inferno, podemos aceitá-lo com plena certeza de que não haverá nenhuma
crueldade lá. É impossível que Deus seja cruel. A crueldade envolve infligir
uma punição que é mais severa ou dura do que o crime. A crueldade neste sentido
é injusta. Deus é incapaz de infligir uma punição injusta. O Juiz de todos na
terra certamente fará o que é certo. Nenhuma pessoa inocente sofrerá em Suas
mãos."[2]
Portanto,
temos boas razões para concluir que a punição experimentada pelo pecador no
inferno será justa, mas isso nos traz de volta à nossa pergunta original: Por
que Deus puniria as pessoas por toda a eternidade por uma quantidade finita de
pecados?
Vamos
considerar algumas respostas possíveis.
1. A
gravidade do crime determina a
duração da punição, não o tempo que levou para cometer o crime. Um estupro pode
levar três minutos para ser cometido, mas a punição certamente deve ser
superior a três minutos.
2.
Os crimes contra o Ser infinito e eterno são os mais graves e podem exigir
punição eterna. O escritor J. Warner Wallace explica:
"...
é importante lembrar a natureza do crime que eventualmente leva alguém para o
Inferno. Não é o fato de você ter chutado seu cachorro em 1992. Não é o fato de
você ter pensamentos ruins sobre seu professor em 1983. O crime que nos rende
um lugar no Inferno é a nossa rejeição do Deus verdadeiro, vivo e eterno. A
rejeição do perdão de Deus não é finita. As pessoas que rejeitam Jesus o
rejeitaram completamente. Elas O rejeitaram como uma decisão mortal definitiva.
Deus tem o direito (e obrigação) de julgá-los com uma punição apropriada.
Argumentar que a punição de Deus não se ajusta ao nosso crime é subestimar
nosso crime."[3]
3.
As pessoas continuam a pecar no inferno (são pecadoras); portanto, a punição
continua. Como disse um escritor: "Os não salvos não pecam apenas por 70,
80, 90 ou 100 anos. Eles pecam por toda a eternidade."[4]
Deus
não é apenas misericordioso, mas também um juiz justo. Ele não pode violar Sua
própria natureza e deixar o pecado ficar impune. No entanto, por causa da misericórdia de Deus, Ele
criou uma maneira de passarmos a eternidade com Ele, ao enviar Jesus - a prova
definitiva de Seu amor e misericórdia.
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Fonte:
http://truthbomb.blogspot.com/2017/01/common-objection-33-infinite-punishment.html
Tradução Walson Sales
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Notas:
[1]. R.C. Sproul, What is Hell?, Jun. 20, 2014.
[2]. Ibid.
[3]. J. Warner Wallace,Why Would God Punish Finite, Temporal Crimes in an Eternal
Hell?, Sept.
17, 2013.
[4]. gotQuestions.org,How is an
eternity in hell a just punishment for only a human lifetime of sin?
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