Todas as funções biológicas de um ser vivo envolvem, pelo menos em um momento, a participação de proteínas, essas moléculas estão presente de forma ativa no metabolismo, transportando moléculas, atacando invasores, melhorando o desempenho
das reações químicas, levando informações a outras partes da célula ou até mesmo entre
tecidos e sistemas diferentes, entre muitas outras funções. Podemos citar, por exemplo, a hemoglobina, uma das proteínas mais conhecidas e ao mesmo tempo mais elaboradas do corpo, que assume a função de carregar o oxigênio que respiramos para que ele seja transportado em segurança até as células, visto que o oxigênio é extremament e reativo, a função da hemoglobina é impedir que a molécula sofra qual quer tipo de reação que prejudique sua estrutura ou até mesmo que ele venha a reagir com outra molécula dentro do organismo e se torne nocivo. Outras proteínas de fundamental importância que podemos citar são as enzimas, os hormônios e os anticorpos, todos com um alto grau de complexidade que até mesmo à luz dos mais excelentes métodos de cristalografia e espectrometria deixam a seguinte dúvida: como essas moléculas tão complexas são fabricadas pelo organismo sempre com tanta precisão e eficiência? Outra pergunta que intriga os pesquisadores é: se a hemoglobina existe pra impedir que o oxigênio seja nocivo ao organismo, como o primeiro organismo que utilizou o oxigênio no seu metabolismo fez pra que essa molécula fosse transportada?
Vamos começar pela primeira pergunta:
Como essas moléculas tão complexas são fabricadas pelo organismo sempre com tanta precisão e eficiência?
O motivo das proteínas serem tão importantes nos sistemas biológicos é pelo fato de que elas são o resultado da tradução do código genético. Um elaborado mecanismo
presente em todas as células vivas faz com que as informações conti das no DNA e RNA na forma de códigos sejam traduzidas de uma maneira que o organismo vivo consiga entender e executar as ordens enviadas pelo código genético. Esse mecanismo é extremamente complexo e seria por demais extenso descreve-l o aqui, porém se torna necessário citar suas principais etapas para que o leitor que o desconhece possa compreender a que ponto nosso organismo é complexo.
O material genético preserva toda sua informação ao longo da vida do organismo, além de preservar, ele também deve ser transmitido com o maior grau de fidelidade possível aos descendentes, para isso ele possui um arranjo tridimensional específico e suas moléculas são adaptadas de forma que dificultem a perda ou mudança de informação. Dessa forma o código genético possui na sua estrutura moléculas de ácido fosfórico e carboidratos chamados de pentoses, além das bases nitrogenadas que são as responsáveis por codificar a mensagem do código genético, no total são cinco: adenina, timina, guanina, citosina e uracila. É a sequência dessas bases que forma o código, sendo que na molécula de DNA a uracila não está presente, bem como a timina não está na de RNA. A estrutura dessas moléculas é uma longa fita linear caracterizada pela sequência dessas bases nitrogenadas. No que se refere à fabricação de proteínas, a sequência de bases será o código, esse código é transcrito por uma molécula de RNA e levado até os ribossomos, outra molécula de RNA contendo um código equivalente busca no citoplasma da célula os aminoácidos referentes àquela sequência de bases, cada três bases formam aunidade desse código que terá sempre afinidade por um aminoácido especificamente. O RNA que está no citoplasma se liga a esses aminoácidos e os leva até o ribossomo, chegando lá os aminoácidos são unidos por ligações covalentes entre si, no final desse processo teremos uma sequência de aminoáci dos perfeita capaz de
formar uma proteína funcional.
Mas ainda resta uma parte fundamental, pelo fato das proteínas serem moléculas extremamente grandes, seria inviável sua operação na forma de uma fita linear, por isso as moléculas de proteínas podem se rearranjar em até quatro níveis de estrutura para torna-la compacta, a grosso modo, imagine um cordão de lã e em seguida o enrole em torno de si mesmo, o novelo de lã enrolado seria aquilo que conhecemos por estrutura tridimensional de uma proteína funcional. Essa estrutura é mantida por forças de interação moleculares e até mesmo por ligações covalentes, porém a regra pra que ela seja organizada parece ser totalmente arbitrária e ao mesmo tempo perfeita. Sabendo que uma proteína pode possuir centenas de interações como essa e que mesmo se apenas uma estiver faltando ou no lugar errado a proteína pode perder sua função, vemos aqui um grande problema para o cientista, ele conhece como a informação é protegida, transcrita, traduzida e executada, sabe também quais critérios são usados para formar a estrutura tridimensional, mas não sabe como reproduzi-las, de modo que nunca pôde ser confeccionado uma molécula de proteína in vitro sem a ajuda de um organismo vivo.
O título desse artigo interroga sobre a possibilidade de uma proteína ser produzida pelo acaso. Diante das informações contidas nesse artigo, vemos que a mente inteligente de um ser humano com todos os métodos e a tecnologia avançada que possui não consegue produzir uma proteína. A célula consegue fazer isso perfeitamente, mas com certeza não faz isso ao acaso, uma vez que as células produzem milhões de moléculas de proteínas ao longo da vida e apenas uma quantidade muito reduzida é descartada por falta na produção. Considerando que uma proteína possui centenas de aminoácidos, e que possui milhares de ligações que determinam sua função, podemos concluir que o homem não possui capacidade de compreender ainda como essas moléculas são formadas pelas células, Porém com certeza não é o acaso que produz. A explicação mais lógica é que uma mente muito mais inteligente que a do ser humano planejou e conseguiu manter funcionando toda essa estrutura.
Por Sandro Nascimento.
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