Um devocional sobre a singularidade histórica e eterna de Jesus Cristo
Por Walson Sales
Há mais de dois mil anos, nasceu na periferia do mundo um homem cuja chegada dividiu a história em antes e depois. Veio ao mundo sem honrarias humanas, sem lugar nas hospedarias, repousando em uma simples manjedoura (Lucas 2:7). Não houve cortejo real, mas uma hoste de anjos o anunciou a pastores nos campos de Belém (Lucas 2:8-14). Este homem é Jesus de Nazaré, o maior Judeu de todos os tempos.
Ele nasceu contra todas as probabilidades naturais: de uma virgem (Mateus 1:23), em uma vila obscura, no seio de uma família humilde. Viveu na pobreza e foi criado longe dos centros culturais de sua época. Não cursou escolas rabínicas. Seus pais não gozavam de prestígio social ou intelectual, mas era sobre ele que repousava o Espírito de Deus desde o ventre (Lucas 1:35).
Mesmo em sua infância, Jesus causou alvoroço. Herodes, o rei, tremeu diante da possibilidade do nascimento do "Rei dos judeus" (Mateus 2:3). Doutores e sábios foram surpreendidos pela sabedoria do menino de apenas doze anos no templo (Lucas 2:46-47). Ao chegar à idade adulta, Jesus desafiou a ordem natural das coisas. Andou sobre as águas (Mateus 14:25), acalmou o mar com uma palavra (Marcos 4:39) e ressuscitou mortos (João 11:43-44).
Ele nunca frequentou uma universidade, mas proferiu ensinos que moldaram civilizações inteiras. Suas palavras tinham poder e autoridade (Mateus 7:28-29); seus sermões tornaram-se fundamento ético para nações. Andava como homem, mas falava como Deus. Quando dizia "Eu sou", evocava o nome santo revelado a Moisés no deserto (Êxodo 3:14; João 8:58).
Seus atos eram milagrosos. Transformou água em vinho (João 2:9), multiplicou pães e peixes (Mateus 14:19-21), curou leprosos (Lucas 17:14), devolveu visão a cegos (João 9:7) e deu esperança a pecadores. E fez tudo isso sem nunca cobrar nada — sua graça era gratuita, seu amor incondicional.
Nunca escreveu um livro, mas as bibliotecas do mundo não poderiam conter os volumes que já foram escritos sobre sua vida, seus feitos, seus ensinos. Não compôs um hino, mas milhões de músicas foram inspiradas por ele. Nunca fundou uma escola, mas é o centro do currículo das maiores universidades do planeta.
Jesus não liderou um exército, não comandou pelotões, não usou armas. E, ainda assim, transformou rebeldes em servos, criminosos em mártires, ovelhas desgarradas em pastores de almas. Os maiores impérios tremeram diante do avanço silencioso do seu Reino — que não vem com aparência exterior (Lucas 17:20-21), mas cresce no coração dos homens.
Comparado às figuras mais proeminentes de Israel, Ele é inigualável:
Maior que Moisés, pois não apenas libertou do Egito, mas salvou da morte eterna (João 8:36).
Maior que Arão, pois ofereceu um sacrifício eterno e eficaz (Hebreus 9:12).
Maior que Davi, pois é o Rei eterno sobre um Reino que jamais terá fim (Lucas 1:32-33).
Maior que Salomão, pois em Jesus estão ocultos todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento (Colossenses 2:3).
Jesus nunca praticou psiquiatria, mas trouxe cura a corações despedaçados (Isaías 61:1). Sua presença acalma tormentas internas e sara feridas emocionais profundas. Ele é o Médico dos médicos (Mateus 9:12).
A cada semana, bilhões de pessoas interrompem suas atividades para adorá-lo. Igrejas erguem louvores a Ele. Famílias se reúnem em torno de sua Palavra. Multidões oram em seu nome. Sua cruz, escândalo para uns e loucura para outros (1 Coríntios 1:23), é para nós poder de Deus.
Os impérios que zombaram dele desapareceram. Governantes que tentaram apagar seu nome foram esquecidos. Cientistas, filósofos e críticos vieram e se foram. Mas o nome de Jesus permanece — mais forte, mais amado, mais proclamado. O tempo, longe de apagá-lo, apenas fez resplandecer ainda mais a sua glória.
Como escreveu James Allan Francis:
“Todos os exércitos que já marcharam, todas as frotas navais que já navegaram, todos os parlamentos que já existiram e todos os reis que já reinaram, colocados juntos, não influenciaram a vida do homem como essa vida solitária.”
Herodes não pôde matá-lo. O sepulcro não pôde contê-lo. O inferno não pôde vencê-lo. Ele ressuscitou ao terceiro dia, conforme as Escrituras (1 Coríntios 15:4). E hoje vive, intercedendo por nós à direita do Pai (Hebreus 7:25).
Ele é o Alfa e o Ômega, o Príncipe da Paz, o Leão da tribo de Judá, o Cordeiro de Deus. Foi proclamado pelo Pai, reconhecido pelos anjos, adorado pelos santos e temido pelos demônios.
Neste exato momento, Ele está olhando para você — com olhos de amor, braços estendidos, pronto para salvar (Isaías 45:22).
Sim, Jesus de Nazaré é o maior Judeu de todos os tempos.
E Ele quer ser também o Senhor do seu tempo, da sua vida, da sua eternidade.
Referências e leituras sugeridas:
Bíblia Sagrada. Traduções recomendadas: ARA, NVI, ARC.
Francis, James Allan. The Real Jesus and Other Sermons. Philadelphia: The Judson Press, 1926.
Kennedy, D. James; Newcombe, Jerry. E se Jesus não tivesse nascido? São Paulo: Editora Vida, 2003.

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