A FORMAÇÃO DO CARÁTER DA CRIANÇA

Diz um ditado popular que o homem só se realiza quando pratica três ações: plantar uma árvore, ter um filho e escrever um livro. Olhando superficialmente para essa analogia podemos fazer dela um antropomorfismo. Primeiro Deus criou as árvores, criou o homem que é seu filho, escreveu o maior livro da história, a Bíblia sagrada. Por esse motivo, o homem é considerado a coroa da criação de Deus. Por mais que buscássemos nas ciências que estudam o homem como ser sociável, a psicologia e a antropologia cultural, jamais chegaríamos ao ponto de entender esse ser que foi criado à imagem e semelhança de Deus. Nesse ser humano habitam as três faculdades que autenticam a sua forma e personalidade humana:

1. sentimento;

2. vontade;

3. inteligência.

Esses são os três pilares que formam a personalidade humana: é por isso que somos diferentes dos animais. Atrelado aos atributos humanos, existem os traços que formam o caráter do homem. Esses são o controle emocional dos impulsos.

1. Id – impulsos inconscientes.

2. Ego – Consciência da realidade.

3. Superego – controlador das leis morais.

Personalidade: é o conjunto dinâmico do indivíduo com características psicofísicas que determinam o seu comportamento pessoal no meio ambiente. Todos os seres humanos são diferentes entre si e as características são divididas em dois grupos comuns:

1. herdada (Pv 4.24);

2. adquirida (Pv 4.7).

Existe um conjunto de fatores decisivos na formação do caráter da pessoa, especialmente a criança, pois até os 6 anos é formado o seu caráter: o meio em que ela vive, a educação passada pelos pais, limites impostos pelo pais, exemplo dos pais, diálogo aberto. O comportamento humano revela sua personalidade diante das atitudes, ações e reações, situações, e também por meio de sua aparência pessoal, ao entrar e sair de determinado ambiente, modo de se apresentar e conversar. Existe muitas maneiras de avaliarmos a personalidade de uma pessoa. Entre elas, estas são as mais comuns:

a) Autocontrole – capacidade de controlar as próprias ações e reações; controle emocional, serenidade em situações hostis;

b) Afirmação – capacidade de superar obstáculos e transpor barreiras;

c) Iniciativa – capacidade de tomar decisões, decidir à frente de situações diversas;

d) Concentração – envolver-se em assuntos, facilidade no aprendizado, atrair atenção;

e) Disciplina – seguir planos e normas, adaptação a normas estabelecidas, obediência;

f) Dinamismo – realizar atividades com precisão, disposição; ser energético, trabalhador;

g) Sociabilidade – relaciona-se com pessoas, ser eficiente em equipe, interagir;

h) Liderança – ser eficiente em planejar, organizar e delegar tarefas, trabalhar em grupos;

i) Empatia - tomar o lugar dos outros, pensar e agir como se estivesse no lugar do outro.

Uma prova da formação do caráter na infância é a vida do jovem pastor Timóteo (2 Tm 1.5). A mãe de Timóteo, Eunice, foi uma dedicada serva de Deus, que aprendeu com sua mãe Loide, também uma serva fiel ao Senhor. Duas mulheres de exemplo, a mãe e a avó. Sempre digo que não acredito em maldição hereditária, completamente fora de um contexto bíblico e teológico. Creio sim, em benção hereditária, e o exemplo acima é a maior prova disso. Desde os tempos mais antigos, Deus deixou claro que os avós podem orientar os netos dentro de sua Palavra (Dt 4.9,10). No contexto da cultura judaica, três valores são indispensáveis:

1. Valor familiar - cuidar, educar, proteger, repassar genealogia aos filhos;

2. Valor religioso — todos os filhos precisam conhecer a Torá, Bíblia judaica;

3. Valor patriótico — Israel é terra do coração do judeu.

Existem três bases de sustentação da sociedade:

1. a família;

2. a igreja;

3. as instituições

Conselhos e dicas indispensáveis aos pais:

1. Dedique tempo aos filhos (pais presentes são o maior presente);

2. Eduque a criança no caminho do Senhor, leia a Bíblia com

3. Use a disciplina com sabedoria, temor e amor do Senhor;

4. Não faça de Deus um monstro ou policial;

5. Nunca se esqueça: Criança é criança, e não adulto;

6. Cuidado com brinquedos de proposta violenta;

7. Cuidado para não mimar demais o filho único;

8. Não dê tudo que ele quer, mas o que ele precisa;

9. Cuidado com a rua, amigos e diversões suspeitas;

10. Nunca minta para seus filhos;

11. Cuidado com o filho predileto;

12. Ame seus filhos de igual modo, sem distinção;

13. Proteja seus filhos dos pedófilos – “ele mora ao lado”;

14. Não mande seus filhos para a Escola Dominical: vá com eles. (Exemplo e atitudes são insubstituíveis).

(SENA, 2011, pp. 11-14)

Por Nivaldo Gomes.